A Techfin quer desestruturar o setor bancário de pequenas e médias empresas (PMEs) — e está pronto para lançar dois produtos para conquistar seu lugar entre as grandes instituições financeiras brasileiras, disse o CEO Eduardo Neubern.
“Ainda vemos hoje no mundo B2B muito do que era a nossa vida no B2C há 15 anos. Ainda há muito o que melhorar”, disse Neubern, em entrevista exclusiva ao O teu dinheiro. “No restante do ano, o foco da Techfin será na extração de dados, expansão de portfólio e geração de ofertas contextualizadas para os clientes.”
Joint venture entre Totvs (TOTS3) e Itaú Unibanco (ITUB4), a empresa está comprometida com o conceito de “ERP Bancário”, que incorporaria serviços financeiros em softwares de gestão (ERP), como uma das principais missões para 2024.
“Nossa maior expectativa é a construção do ERP Banking. Este é um território em que somos pioneiros. As médias empresas ainda têm necessidades que não são satisfeitas jogadoras tradicional.”
Para Neubern, o objetivo do lançamento é atender a uma demanda diária das PME que hoje não é atendida pelas instituições financeiras: uma conta digital que atenda “todas as necessidades de pagamento e recebimento” dos clientes.
Hoje, clientes pessoa jurídica (PJ) utilizam softwares de gestão empresarial para identificar questões como folha de pagamento — mas precisam sair da plataforma para realizar transações em outras contas.
“Você terá transações integradas às rotinas do ERP, economizando tempo e dinheiro para os clientes. Na conta digital, todos os pagamentos de fornecedores e recebimentos de clientes acontecerão de forma automática, o que é justamente a maior dor dos nossos clientes hoje.”
A previsão é que o produto seja lançado até o quarto trimestre deste ano.
Além da conta digital, a Techfin pretende lançar um produto chamado “conta híbrida”, que mistura as características do meio de pagamento com o Pix, segundo o CEO.
“O boleto híbrido é o QR code pix adaptado a um boleto, que, no mundo dos clientes Totvs, é o meio de recebimento mais importante. É um produto novo que está em fase piloto.”
Techfin e a oferta de crédito
Segundo Neubern, a criação de consórcio com o Itaú também permitiu que a Techfin ampliasse a oferta de crédito aos clientes Totvs, incluindo produtos de capital de giro, antecipação de recebíveis e postergação de prazos de fornecedores.
“O crédito é o essencial do nosso negócio. A estratégia do Techfin nunca mudou, a joint venture com o Itaú veio para acelerar esse movimento, a começar pelo acesso ao financiamento.”
Na avaliação do CEO, a parceria com o banco possibilitou o acesso a custos de captação mais competitivos no mercado — e não mais limitados aos FIDCs, como acontecia antes.
Além disso, a empresa ampliou iniciativas de inteligência artificial para monitorar a saúde financeira e as necessidades de crédito dos usuários.
“Através de percepções trazida pela inteligência artificial, podemos prever o momento em que o cliente terá um descasamento de caixa e precisará de uma oferta de crédito”, afirmou.
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