Mesmo com mudanças nas regras de LCI, ACV, IRC Isso é CRA No início do ano, os investidores continuaram a procurar refúgio em renda fixa em meio à volatilidade do mercado de ações – e o títulos isentos continuou atraindo o apetite dos brasileiros.
Investimentos de pessoas físicas em títulos isentos de imposto de renda chegou em R$ 1,12 trilhão entre janeiro e abril deste ano, segundo dados do Anbima. O valor equivale a um aumento de 9,1% em relação ao final de 2023.
“A Selic deve permanecer no patamar atual até o final do ano, mantendo o cenário favorável para os títulos de renda fixa”, afirmou Ademir Correa Júnior, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.
“As mudanças no regime de tributação dos fundos exclusivos contribuem para a procura por produtos de renda fixa com benefícios fiscais. Neste contexto, continua a procura por ativos isentos, que já era forte desde o ano passado, com os investidores a optarem por ativos que alinhem rentabilidade, liquidez e segurança”, acrescentou.
A destinação para fundos isentos ainda representou 16,5% do total investido pelos brasileiros nos primeiros quatro meses do ano, R$ 6,8 trilhões.
Vale lembrar que CMN (Conselho Monetário Nacional) alterou em fevereiro as regras para emissão de títulos de crédito imobiliário e do agronegócio, fechando as brechas que bancos e empresas utilizavam para captar recursos com títulos isentos de IR.
Com as novas resoluções, o prazo mínimo de carência para investimentos em LCA e LCI passou de 90 dias para nove e 12 meses, respectivamente. Além disso, a mudança limitou o tipo de empresa que pode emitir CRAs e CRIs.
CRI e CRA: continua o apetite por títulos isentos
Do lado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (Cris), o apetite dos investidores cresceu 20,4% nos primeiros quatro meses de 2024, totalizando R$ 75,2 bilhões em investimentos.
Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) registraram aumento de 20% nas dotações entre janeiro e abril, para R$ 111,5 bilhões.
“O resultado mostra uma tendência maior à diversificação do portfólio. Nem mesmo a mudança nas regras de emissão desses produtos reduziu o apetite dos investidores, principalmente do varejo”, disse Correa Júnior.
Na comparação com o final do ano passado, os investimentos dos investidores de varejo em CRIs aumentaram 31,3%, para R$ 40,3 bilhões, enquanto os CRAs aumentaram 30%, totalizando R$ 68,4 bilhões.
Por sua vez, no privadoos investimentos em CRAs cresceram 6,7%, para R$ 43 bilhões, enquanto os investimentos em CRIs aumentaram 9,7%, para R$ 34,9 bilhões.
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De olho em LCI, LCA e debêntures incentivadas
Além dos CRIs e CRAs, outros produtos de renda fixa isentos também ganharam espaço na carteira dos investidores brasileiros no início de 2024.
Considerando o setor privado e o varejo, os investimentos em Cartas de Crédito Imobiliário (LCI) aumentou 12,9% em relação ao final de 2023, atingindo R$ 322,5 bilhões entre janeiro e abril.
Já o Cartas de Crédito do Agronegócio (ACVs) registrou aumento mais tímido, de 3,7% na mesma base de comparação, para R$ 429 bilhões.
Por sua vez, o Cartas imobiliárias garantidas (LIGAS) aumentou 2,7% no mesmo período, para R$ 111,8 bilhões.
Considerado um refúgio da isenção do IR em meio ao “fim da farra” de LCIs e LCAs, o debêntures incentivadas foram outro instrumento beneficiado nos primeiros meses deste ano.
Os investimentos dessa classe subiram 10,7% entre janeiro e abril, para R$ 72,7 bilhões. Vale lembrar que os ativos não foram afetados pelas alterações anunciadas pelo CMN.
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