Nesta terça-feira (28), o Congresso impôs mais derrotas ao governo federal em sessão conjunta da Câmara e do Senado. Parlamentares derrubaram vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manteve todos os vetos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de lei que substituiu a Lei de Segurança Nacional (LSN), aprovada em 2021.
Como resultado, o Legislativo impediu que a divulgação de informações falsas durante uma campanha eleitoral fosse crime.
Entre os reveses sofridos pelo Planalto — que ocorreram por ampla margem de votos — estão a derrubada de vetos presidenciais à “saída” de presos do regime semiaberto e trechos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano que proíbem o uso de recursos públicos para ações contra a “família tradicional”.
O governo obteve um triunfo ao fechar acordo com deputados e senadores após acelerar a liberação de recursos de emendas. Assim, o Congresso manteve o veto do PT ao calendário fixo para pagamento de emendas obrigatórias que havia sido aprovado na LDO.
Oposição a Lula no Congresso
Mas a sessão de ontem começou com uma demonstração de força de Bolsonaro e dos líderes da oposição no atual Parlamento.
Os vetos do ex-presidente foram mantidos com 317 votos a favor, 139 contra e quatro abstenções. O resultado refletiu uma campanha do próprio Bolsonaro e de oposicionistas no Congresso.
Seguindo linha semelhante ao ataque ao projeto de lei das fake news, deputados e senadores chegaram a chamar a iniciativa de “vetos à liberdade”. Pouco antes do anúncio dos resultados, apoiadores de Bolsonaro gritaram: “Lula, ladrão, você pertence à prisão”.
“Não podemos criar um mecanismo para impor a censura. Vivemos uma época em que a censura é praticada em maior medida. Não só em relação ao conteúdo, mas à censura prévia”, afirmou o senador Marcos Rogério (PL-RO).
Vetos de Bolsonaro são aprovados
O veto de Bolsonaro mantido ontem barra oito dispositivos do texto aprovado pelo Legislativo. Estas passagens criminalizam a comunicação de massa enganosa, violando o direito de manifestação e prevendo punições mais rigorosas para os militares.
No projeto de lei que substituiu a lei de segurança nacional, os parlamentares acrescentaram ao Código Penal artigos que definem crimes contra o Estado Democrático de Direito. Bolsonaro vetou partes da proposta, como um artigo que criminaliza a promoção ou financiamento de notícias falsas no processo eleitoral. A pena estabelecida era de um a cinco anos de reclusão e multa.
Ao justificar o veto, Bolsonaro afirmou que “a redação genérica tem o efeito de afastar o eleitor do debate político, o que reduziria a sua capacidade de definir as suas escolhas eleitorais, inibindo o debate de ideias, limitando a competição de opiniões, passando do cumprimento das contexto do Estado democrático de direito, o que enfraqueceria o processo democrático e, em última análise, o próprio desempenho parlamentar”.
Direitos de manifestação
O ex-presidente também vetou outro trecho, em que um partido pode acionar a Justiça Eleitoral caso o Ministério Público não se pronuncie sobre a disseminação de desinformação nas eleições.
Há também uma série de agravantes no caso de ataque ao direito de manifestação. São casos de crime cometido por funcionário público, que perderia o cargo e teria a pena aumentada em um terço, no caso do uso de arma, o que também aumentaria a pena em um terço.
Se crimes contra o Estado Democrático de Direito fossem cometidos por um militar, a pena seria aumentada e o soldado perderia o posto ou função pública que ocupava.
Agenda aduaneira também é derrota para Lula
A derrota mais notável do Planalto ocorreu no projeto das “saidinhas”. Como mostrou o Estadão, o governo montou uma força-tarefa com ministros e lideranças para tentar convencer deputados e senadores a manterem o veto presidencial.
Um dos mais atuantes foi o chefe do departamento de Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Procurou, em repetidas ocasiões, membros da bancada evangélica para reforçar sua posição.
Após a mobilização de apoiadores de Bolsonaro e da Frente Parlamentar Evangélica, o Congresso derrubou ontem também um veto de Lula a trechos da LDO 2024 que levavam a disputa ideológica sobre a chamada agenda aduaneira para o Orçamento da União.
Deputados e senadores retomaram assim a proibição do uso de recursos públicos para ações contra a “família tradicional” — cirurgias de mudança de sexo em crianças e adolescentes, abortos em casos não autorizados por lei e invasão de propriedades rurais privadas.
Foram 339 votos a 107 para a derrubada do veto na Câmara, com uma abstenção. No Senado, o placar foi de 47 a 23.
Essas proibições foram aprovadas na votação da LDO em dezembro, por meio de destaque (tentativa de mudança no texto base) apresentado pelo líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), apoiador de Bolsonaro.
Por outro lado, as vitórias do governo Lula
O governo alcançou uma vitória esperada. Por 244 votos a favor na Câmara e 177 contrários, foi mantido o veto ao calendário fixo para pagamento de emendas obrigatórias. Com a aprovação dos deputados para manter a decisão do PT, o texto nem precisou ser analisado no Senado.
O Planalto conseguiu chegar a um acordo com deputados e senadores após acelerar a liberação de recursos de emendas, cruciais para que os parlamentares irrigassem suas bases eleitorais em um ano de disputas por prefeituras e vagas em Câmaras Municipais.
Se o veto fosse derrubado, o Orçamento da União ficaria ainda mais rígido. Nos últimos anos, o Congresso avançou no controle dos recursos orçamentários, principalmente com a obrigatoriedade de custear emendas de bancadas individuais e estaduais.
Porém, apesar de ser obrigado a liberar recursos, o Executivo ainda controla o ritmo das liberações e pode usar essa prerrogativa para negociar apoio de deputados e senadores a projetos de seu interesse. O calendário da LDO eliminaria esse ativo governamental.
Conforme mostrou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o Executivo prometeu pagar o máximo possível de emendas obrigatórias até 30 de junho para que deputados e senadores mantivessem o veto ao calendário.
*Com informações do Estadão Conteúdo
qual melhor banco para receber benefício do inss
banco da familia simulação emprestimo
telefone consignado itaú
salvador tempo agora
simular aposentadoria prefeitura rj
como cancelar um empréstimo consignado
o que é credito consignado itau
banco pan login correspondente
banco pan segunda via de boleto
celular de idoso com whatsapp