A Polícia Federal concluiu que associação criminosa no governo Jair Bolsonaro (PL) desviar joias e presentes de alto valor recebidos em decorrência do cargo do ex-Chefe do Executivo. Segundo a PF, o valor parcial dos presentes entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente foi de US$ 1.227.725,12 ou R$ 6.826.151,66. A informação consta do relatório final do inquérito joalheiro saudita. O caso foi revelado pelo Estadão.
Os investigadores afirmam que este valor não considera bens ainda pendentes de perícia, além das esculturas douradas de um barco e de uma árvore e o relógio Patek Philippe, “que foram desviados do acervo público brasileiro e ainda não foram recuperados”. “
Entre os ativos que aguardam perícia de marketing estão itens do chamado “kit de ouro branco” – um Masbaha de metal, um par de abotoaduras de metal e um anel de metal – e o “kit de ouro rosa” – um Chopard Rose Gold Masbaha, um par de Abotoaduras Chopard e um anel Chopard.
Veja o valor dos kits completos em dólares:
- Kit de relógio em ouro branco – Rolex – Edição Especial DayDate – US$ 73.749,50
- Kit de canetas em ouro branco – Chopard Rollerball – US$ 20.000,00
- Kit de relógio em ouro rosa – Chopard LUC Tripla Certificação Turbilhão Automático – US$ 109.101,83
- Kit de canetas em ouro rosa – Chopard – Rollerball – US$ 4.000,00
- Joias femininas retidas pela RFB – Relógio Chopard LL’Heure Du Diamant Médio Oval – US$ 187.608,00
- Joias femininas retidas da RFB – Anel de prata Chopard – US$ 30.292,91
- Joias femininas retidas pela RFB – Par de brincos Chopard – US$ 126.341,56
- Joias femininas retidas pela RFB – Colar de prata Chopard – US$ 671.660,20
- Bem retido pela RFB – Escultura de um cavalo árabe dourado – US$ 4.971,12
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Estojo de joias saudita
O trecho do relatório das conclusões da PF registrou que o valor de mercado dos bens desviados seria de US$ 4.550.015,06 ou R$ 25.298.083,73.
Porém, após a retirada do sigilo nesta segunda-feira (8), a PF afirmou que houve “erro material” no documento e afirmou que enviará uma retificação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
No X (antigo) Twitter, Bolsonaro afirmou que aguardará “muitas outras correções” da Polícia Federal em relação à investigação do caso das joias. “Aguardamos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias ‘desviadas’ estão na CEF [Caixa Econômica Federal]Arrecadação ou PF, inclusive armas de fogo”, escreveu.
O ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro nesta quinta-feira (4).
Na segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório final da PF sobre o caso e deu prazo de 15 dias para que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestasse sobre a conclusão dos investigadores. O documento tem mais de 400 páginas.
Como a PF descobriu o estojo de joias
Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que o ex-presidente Bolsonaro tinha conhecimento de que as joias roubadas da Presidência da República seriam vendidas em leilões.
No dia 4 de fevereiro, o tenente-coronel Mauro Cid enviou o link do leilão do kit Rosé para o contato de Bolsonaro. O evento aconteceria quatro dias depois.
O ex-presidente respondeu: “Selva”. O jargão é comumente usado por militares como forma de saudação e interjeição.
A PF confirmou, por meio de exame no celular do ex-presidente, que Bolsonaro acessou o site da empresa Leilão Fortuna, responsável pelo leilão.
No dia 8 de fevereiro, dia do leilão, Cid avisa a Bolsonaro que “o kit estará disponível em breve”. E manda um link no Facebook, provavelmente com a transmissão ao vivo do evento. A joia, porém, não foi vendida.
O tenente-coronel decide, no dia 13 de fevereiro, realizar mais uma tentativa de leilão. Em março, porém, Cid disse à Fortuna Auction que não estava mais interessado.
Quais são os próximos passos no caso das joias?
O Código de Processo Penal determina que, concluído o inquérito policial, o juiz responsável deverá encaminhá-lo ao Ministério Público.
Nesse caso, o ministro Alexandre de Moraes já enviou o relatório da Polícia Federal ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, titular do Ministério Público Federal (MPF).
A Procuradoria-Geral da República tem o prazo de até 15 dias para se manifestar sobre uma possível apresentação de denúncia contra os investigados.
O MPF decidirá se apresentará acusação formal ao Tribunal, o que poderá levar à instauração de processo penal. Além disso, o Ministério Público poderá solicitar novas investigações ou encerrar o caso.
Portanto, o indiciamento da PF não significa que Bolsonaro seja culpado de se apropriar e tentar vender as joias.
Se o MPF apresentar a denúncia e o Tribunal – no caso, o STF – aceitar a acusação, Bolsonaro se tornará réu no processo que julgará os crimes.
Nesta fase serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa, além dos posicionamentos do MPF e dos acusados, e só então o caso será julgado.
O que diz o relatório da PF?
O relatório, assinado pelo delegado da PF Fábio Alvarez Shor, levanta a hipótese criminosa de que os investigados se uniram com o objetivo de desviar, em benefício de Bolsonaro, presentes recebidos em razão de seu cargo.
Esses presentes foram entregues por autoridades estrangeiras a Bolsonaro ou a autoridades brasileiras em seu nome.
“Após serem apropriadas pelo ex-presidente da República, formalmente ou não, as mercadorias foram levadas, de forma oculta, para os Estados Unidos da América, em junho e dezembro de 2022, via avião presidencial e enviadas para lojas especializadas nos estados da Flórida, Nova York e Pensilvânia, para serem avaliados e submetidos à alienação, por meio de leilões e/ou vendas diretas”, diz o documento.
Da mesma forma, o relatório aponta ainda que o ex-presidente utilizou dinheiro, obtido através da venda destas joias desviadas, para cobrir despesas suas e da sua família durante a estadia de três meses que passaram nos EUA no início de 2023. Bolsonaro viajou para o Norte país americano no último dia de seu mandato.
Por fim, o relatório pede que os investigados sejam indiciados por três crimes: associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. A defesa de Bolsonaro, procurada para comentar, ainda não respondeu.
Confira a pena para cada crime possível
- Lavagem de dinheiro: De acordo com a lei nº. 9.613/98, o crime de lavagem de dinheiro consiste em alguém tentar ocultar ou disfarçar a “natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade” de bens materiais. Na prática, o crime ocorre quando o “dinheiro sujo”, utilizado ou derivado de práticas ilícitas, é transformado em “dinheiro limpo” que parece não ter origem irregular. A legislação determina que a pena para o crime de lavagem de dinheiro varia de três a 10 anos de reclusão. Também está previsto o pagamento de multa.
- Desfalque: O crime de peculato, previsto no artigo 312 do Código Penal, ocorre quando um funcionário público se utiliza do seu cargo para se apropriar ou desviar determinados bens em prejuízo próprio ou de terceiros. “O funcionário público toma posse de dinheiro, valores ou quaisquer outros bens móveis, públicos ou privados, de que tenha posse em virtude do seu cargo, ou os desvia, em benefício próprio ou de outrem”, diz a lei. A pena para o crime varia entre dois e 12 anos de prisão.
- Associação criminosa: O crime de associação criminosa, previsto no artigo 288-A do Código Penal, é o que acarreta pena mais severa. O crime ocorre quando três ou mais pessoas se reúnem com o objetivo de cometer um ou vários atos ilícitos. Qualquer pessoa condenada por este crime pode pegar entre cinco e dez anos de prisão. A legislação brasileira também prevê o pagamento de multa.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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