Realizou o seu sonho de ter uma praia privada? Pode estar mais perto de acontecer dependendo da tramitação de uma mudança na Constituição, em debate no Senado esta semana. Uma vez aprovada, a proposta abre a possibilidade de privatização das praias.
A discussão é sobre Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2022, que transfere a titularidade de terra de Costa brasileirahoje sob o controle de Marinhapara Estados, condados e proprietários privados.
Aprovado em fevereiro de 2022 em Câmara dos Deputadosa PEC foi parada em Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) de Senado desde agosto de 2023.
Uma audiência pública discute hoje o tema, que está sob a relatoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e enfrenta resistência da base governista. Organizações ambientalistas alertam que a proposta comporta o risco de privatização de praias por empresas privadas e pode comprometer a biodiversidade de Costa brasileira.
Além das praias, Unidade detém a propriedade de margens dos rios Isso é lagoas onde há influência das marés.
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Pacote de Destruição
De acordo com Observatório do Clima“este é mais um projeto da Pacote de Destruição prestes a ser votado. Isto coloca todo o nosso litoral em risco, segurança nacionala economia de comunidades costeiras e a nossa adaptação às alterações climáticas.”
Para o grupo que reúne diversas entidades do defesa climática É de ambienteOs terrenos da Marinha são guardiões naturais contra inundações, deslizamentos Isso é eventos climáticos extremos.
“Esta defesa é essencial para a nossa segurança e resiliência. Essas áreas preservam nossa biodiversidade e equilíbrio de ecossistemas costeiro. A privatização pode trazer danos irreversíveis”, afirmou o Observatório, em nota.
A PEC exclui o inciso VII do artigo 20 do Constituiçãoque estabelece que as terras da Marinha são de propriedade da União, transferindo gratuitamente aos estados e municípios “as áreas afetadas ao serviço público estadual e municipal, inclusive aquelas destinadas ao uso dos Concessionárias Isso é permissionários dos serviços públicos”.
Para os proprietários particulares, o texto prevê a transferência mediante pagamento aos regularmente cadastrados “no órgão de administração do Herança da União até a data de publicação” de Emenda à Constituição.
Além disso, autoriza a transmissão de bens a ocupantes “não cadastrados”, “desde que o ocupação ocorreu pelo menos cinco anos antes da data de publicação” da PEC.
Ainda segundo o relatório, as áreas atualmente utilizadas pelo serviço público federal, unidades ambientais federais e áreas ainda não ocupadas continuam sendo propriedade da União.
Para o Ministério do Meio Ambiente, áreas protegem contra mudanças climáticas
Em entrevista hoje com RádiNacionalo diretor do Departamento de Gestão Oceânica e Costeira da Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ana Paula Pratesargumentou que essas terras, atualmente de propriedade da União, funcionam como proteção contra as mudanças climáticas.
“Acabar com esse número é um grande retrocesso. A PEC termina com essa figura de terra da Marinha, que é terra da União, e repassa gratuitamente aos estados e municípios, para poder ainda privatizar essas áreas”, disse ele.
O representante do MMA acrescentou que a PEC não privatizar directamente para as praias, mas pode levar ao encerramento do acesso aos areais. “Quando todas essas terras que ficam depois das praias forem privatizadas, vocês vão começar a ter uma privatização do acesso a elas, que são bens comuns da sociedade brasileira”.
Defesa da proposta
O senador Flávio Bolsonaro argumenta, em seu relatório, que mudanças são necessárias para regularizar o propriedades localizado em terras da Marinha. “Há, em Brasilnumerosos edifícios construídos sem o conhecimento de que estavam localizados em terrenos propriedade da União.”-
Segundo Flávio, “as terras marinhas causam danos aos cidadãos e aos municípios. O cidadão tem que pagar tributação exagerado sobre propriedades onde moram: pagar fórum, taxa de ocupação Isso é IPTU. Já os municípios sofrem restrições no desenvolvimento de políticas públicas relativas ao planejamento territorial urbano devido às restrições ao uso de bens sob controle da União”.
Ó senador fluminense também argumenta que a origem do atual domínio da Marinha sobre as praias foi justificada pela necessidade de defesa do território contra invasão estrangeiramotivo que não existiria mais, na visão do parlamentar.
“Atualmente, estas razões já não estão presentes, nomeadamente face aos avanços tecnológicos no armamento que alteraram os conceitos de defesa territorial”, disse, no parecer da PEC.
*Com informações da Agência Brasil
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