A expectativa de união entre Dasa (DASA3) Isso é Amil resultou em criação de Serviços Hospitalares Exclusivos, conforme fato relevante publicado nesta sexta-feira (14). O negócio é um consórcio (empresa controlada em conjunto), da qual Amil e Dasa deterão 50% do capital cada.
Porém, o mercado vinha especulando sobre uma união mais íntima das duas empresas no setor de saúde, que no seu conjunto atravessa um momento particularmente difícil. Ou seja, a expectativa era de uma fusão entre as empresas.
“Neste momento, o foco da empresa é concluir esta transação com sucesso”, explicou Dasa, em resposta enviada ao O teu dinheiro após um chamar com analistas para comentar a nova frente de negócios.
Participaram da conversa André Covre Fechar, diretor financeiro e de relações com investidores da Dasa, e Lício Tavares Angelo Cintra, diretor presidente.
Tavares também foi nomeado presidente executivo da Ímpar por tempo indeterminado. Segundo ele, o consórcio buscará encontrar um novo nome para chefiar o negócio “o mais rápido possível”.
Além disso, os executivos afirmaram que trabalham em diversas frentes e não pretendem injetar dinheiro novo no negócio. “Devemos avançar para uma relação de dívida mais saudável e pacífica do que a que temos agora”, dizem.
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Dívida dos novos negócios da Amil e Dasa
Um dos pontos de atenção dos analistas diz respeito ao tamanho da alavancagem da Ímpar.
Isso porque a empresa nasceu herdando uma dívida de R$ 3,85 bilhões da Dasa, que tem passivos de R$ 9,6 bilhões no total. Os analistas consideraram o valor bastante elevado.
No entanto, os executivos explicaram que acreditam no futuro do negócio e que a nova empresa alcançará “alavancagem adequada” no médio prazo.
O que explica esse otimismo é o fato da Dasa ter apresentado melhora no desempenho, ao mesmo tempo em que o modelo de negócios da Amil consegue garantir um bom volume, “dando maior tranquilidade nas projeções dessas empresas”.
Dependência excessiva?
Sobre um possível cenário de dependência da empresa, os executivos da Dasa explicaram que a empresa possui fontes de receitas muito diversificadas.
A maior delas, por exemplo, não representa 15% do faturamento total da Dasa.
O grupo de hospitais que será administrado em conjunto com a Amil deverá representar menos de 25% do faturamento, segundo os executivos.
“Há ganhos mútuos com este cenário e temos agora uma vantagem competitiva no setor hospitalar”, explicam.
Na ponta do lápis: os negócios da Dasa e da Amil
Para a Dasa, o negócio implica alívio financeiro, com a transferência de R$ 3,85 bilhões de parte de sua dívida (R$ 9,6 bilhões no total) para a Ímpar.
Existe também a possibilidade de uma eventual venda de unidades fora do âmbito de atuação da Ímpar (Hospital da Bahia, Hospital São Domingos e AMO).
A Receita liquida as operações combinadas incluídas na transação totalizaram, em 2023, R$ 9,9 bilhões (R$ 5,7 bilhões dos ativos da Dasa e R$ 4,2 bilhões dos ativos da Amil), com Ebitda (geração de caixa antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado em R$ 777 milhões ( R$ 600 milhões dos ativos da Dasa e R$ 177 milhões dos ativos da Amil).
O conselho da Ímpar terá igual número de representantes de cada acionista controlador e três representantes independentes, indicados por consenso entre os sócios, segundo fontes. O processo de integração será desenvolvido após aprovação do Onde (Conselho Administrativo de Defesa Económica) e órgãos competentes. Até então, as operações permanecem independentes.
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