O varejista chinês Ali Express e a Magazine Luiza (MGLU3) anunciou nesta segunda-feira (24) um acordo para venda de produtos nos dois marketplaces.
Com a parceria, as ações do Magalu saltaram cerca de 10% no pregão de hoje, figurando entre as maiores altas do Ibovespa. Por volta das 16h20, as ações MGLU3 eram negociadas a R$ 11,97.
Os investidores aparentemente gostaram do anúncio, mas o que dizem os analistas?
Em relatório divulgado esta tarde, o Santander considerou o acordo positivo para o Magazine Luiza. Contudo, o banco manteve sua recomendação neutra para as ações do mercado brasileiro.
Cenário desafiador para Magalu
Embora positivo, o novo empreendimento do Magazine Luiza ainda não é suficiente para resolver os problemas de alavancagem financeira da varejista brasileira.
“Continuamos observando um ambiente desafiador para os consumidores, principalmente no que diz respeito à alavancagem”, afirmam os analistas do banco.
“Uma situação que não vemos como favorável às vendas de bens duráveis, parcela significativa das vendas do Magalu”, diz Santander.
Apesar das preocupações com a demanda do consumidor, o Magazine Luiza reportou lucro líquido ajustado de R$ 29,8 milhões entre janeiro e março deste ano.
A empresa saiu de um prejuízo de R$ 309,4 milhões verificado no mesmo período do ano passado.
As vendas nas lojas físicas cresceram 8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o marketplace aumentou 6%.
Os resultados positivos superaram as previsões e vieram depois que a empresa sofreu prejuízos nos trimestres anteriores.
Segundo Magalu, o prejuízo verificado no ano passado está relacionado ao aumento das taxas de juros e ao aumento das despesas financeiras das operações da empresa.
Liderança no mercado de bens duráveis
Com o novo acordo anunciado hoje, o AliExpress passará a vender seus produtos dentro do Mercado do Magalu (chamado 3P), oferecendo milhares de itens de sua linha Escolha — o serviço de compras premium, que inclui, entre outras coisas, maior velocidade de entrega.
A parceria também prevê a distribuição de produtos do estoque próprio do Magazine Luiza na plataforma brasileira AliExpress.
Inicialmente serão vendidos itens de bens duráveis, aproveitando o alcance logístico do varejista local.
Juntos, os varejistas têm mais de 700 milhões de visitas mensais em suas plataformas. Assim, a união de ambos foca em curadoria variada de produtos e serviços para as mais diversas faixas de renda.
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Na visão do Santander, um canal de vendas adicional para o Magalu contribuirá para “solidificar ainda mais a liderança da empresa no mercado de bens duráveis”.
Além disso, a inclusão de produtos do AliExpress, plataforma conhecida por seus preços baixos, no mercado brasileiro, pode impulsionar as vendas do Magazine Luiza.
“Por fim, acreditamos que a inclusão de produtos de cauda longa e de baixo preço também poderia beneficiar o Magalu na competição com o novo entrante, Temuque é conhecido por seus preços agressivos”, diz o relatório.
Para o Santander, a expectativa de preço das ações do Magazine Luiza (MGLU3) é de R$ 23 para 2024.
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