Acionistas do Itaú (ITUB4) devem receber mais dividendos bilionários até o fim de 2024 — e quem diz isso é o CEO do bancão

Os acionistas de Itaú Unibanco (ITUB4) podem preparar o bolso: o banco deve anunciar uma nova rodada de dividendos extraordinários bilionários até o final de 2024, de acordo com projeções do CEO Milton Maluhy Filho.

“Tudo indica que faremos mais um pagamento extraordinário. Nosso objetivo não é reter capital, mas sim alocá-lo bem e, se tivermos sobra, a ideia é distribuí-lo e cada acionista decide o que fazer com seu pagamento depois”, disse o presidente do banco, durante o evento Itaú Day realizada nesta quarta-feira (19).

Porém, o chefe do banco preferiu não fazer promessas quanto ao prazo para que essa nova chuva de recursos seja anunciada —nem qual valor será distribuído.

“Prefiro ter pagamentos recorrentes e divulgados porque o banco tem confiança”, disse Maluhy.

Segundo o CEO, a remuneração adicional está condicionada ao cenário de risco: quanto maior a incerteza quanto ao apetite, menor será o dividendo extra, e vice-versa.

“O que posso garantir é que não será um pagamento menos de 30% [do lucro ajustado]. O que estamos discutindo é a variação desses 30% para o extraordinário, mas vejo com convicção e devemos anunciar até o final do ano”, disse.

Projeções do Itaú (ITUB4) para 2024

As expectativas de que o Itaú (ITUB4) realize uma nova rodada de pagamentos extras acompanham as perspectivas do CEO de geração robusta de caixa para este ano.

“Nosso objetivo é criar valor para os acionistas dentro de parâmetros de capital definidos. Porém, para administrar um banco do tamanho do nosso é preciso operar com um nível de capital adequado para fazer crescer a atividade e estar preparado para lidar com eventos de cauda”, afirmou o executivo.

“O pior é não ter capital quando você precisa aumentar seu portfólio mais rápido”, destacou.

Na perspectiva de Maluhy, mesmo que o crescimento da carteira tenha ficado abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2024, a perspectiva é que o Itaú consiga entregar o aumento de 8% previsto no orientação este ano.

Sem citar números, o CEO projetou queda no custo do crédito e aumento da margem financeira neste ano, além de “gestão adequada da carteira no banco”.

Há aquisições pela frente?

Maluhy também sinalizou a possibilidade de que o caixa excedente — que poderia servir de base para a distribuição de dividendos extraordinários — pudesse ser usado para financiar “oportunidades inorgânicas”, como eventuais fusões e aquisições (M&As).

O CEO avalia que há oportunidades em mercados maduros onde há novos nichos — principalmente em meio à expectativa de recuperação do mercado de capitais no terceiro trimestre de 2024.

Segundo o presidente do Itaú, apesar da visão de crescimento, o objetivo do banco não é o “resultado imediato”, mas sim o foco no crescimento sustentável com visão de longo prazo e perpetuidade dos negócios. “Não vamos desistir disso”, disse ele.

“O banco está bem posicionado para crescer na taxa correta e olhando para horizontes mais longos. Não queremos crescimento em alguns trimestres, porque isso não é sustentável”, acrescentou.

Itaú (ITUB4) e a concorrência no setor financeiro

Questionado durante o evento sobre o aumento da concorrência no setor financeiro, o CEO do Itaú afirmou que é “humilde em reconhecer que tem muita gente fazendo coisas muito boas no mercado”.

“A competição faz parte do ambiente de qualquer negócio. Quando falamos que o Itaú vai completar 100 anos é porque o banco soube competir e se reinventar”, disse Maluhy.

Segundo o CEO, o banco está em um momento “muito bom” e tem conseguido competir em igualdade de condições com os concorrentes —tanto digitais quanto já estabelecidos.

“Isso não nos acomoda. Somos líderes em vários mercados, mas ninguém é líder por definição. Conseguimos entregar valor aos acionistas e esse é um mantra que nos diferencia da concorrência, essa alocação de capital e visão de longo prazo”, afirmou.