Para o “golpes amigáveis”tornaram-se um verdadeiro problema de bilhões de dólares para revendedores do EUA.
Atualmente, o setor de consumo norte-americano tem, em média, US$ 100 bilhões (R$ 564,56 bilhões à taxa de câmbio atual) em perdas causados por este tipo de situação por ano, segundo a plataforma de verificação de identidade Seguro.
Desse total, cerca de US$ 89 bilhões são perdas de comerciantes devido a estornos, promoções e abuso de devoluções.
R$ 18 bilhões são perdas devido a fraudes com cartões de crédito, enquanto US$ 3 bilhões referem-se a despesas gastas na resolução de disputas bancárias pelos 15 maiores bancos dos EUA.
O que são “fraudes amigáveis”?
Basicamente, esse tipo de fraude acontece quando o consumidor faz uma compra online com o próprio cartão de crédito e, ao receber o produto ou serviço, solicita o reembolso ao emissor do cartão.
Depois de aprovado, o estorno cancela a operação de pagamento e o consumidor recebe de volta todo o dinheiro gasto na compra.
Não me entenda mal. Se você adquirir um produto e estiver insatisfeito com ele, é seu direito entrar em contato com o vendedor para obter reembolso ou outro tipo de solução.
Mas são inúmeros os americanos que pedem estornos de má-fé, com o objetivo de receber seu dinheiro de volta mesmo que não tenha havido problemas na compra.
O tipo mais comum de fraude amigável admitido por 22% dos americanos entrevistados é a solicitação de reembolso de compras on-line, mesmo depois de o item ter sido recebido.
Outras situações mencionadas foram a opção de não pagar faturas de cartão de crédito por tempo indeterminado (21%) e a contestação de transações financeiras legítimas (20%).
Por que os americanos estão cometendo fraudes online?
Segundo a pesquisa Socure, que entrevistou mil pessoas, cerca de 35% dos americanos já realizaram fraudes amigáveis, enquanto 40% conhecem alguém que as cometeu.
Segundo o relatório, dos entrevistados que afirmaram ter cometido este tipo de fraude, 34% afirmaram ter sido motivados por dificuldades económicas. 19% disseram conhecer outra pessoa que havia escapado com essa manobra e tentou fazer também.
Além disso, a fraude amigável nem sempre é cometida intencionalmente: 29% dos que afirmaram ter estado envolvidos em fraude amigável afirmaram que foi um acidente.
Segundo especialistas consultados pela CNBChá casos em que o consumidor não reconhece o nome da loja utilizada para identificar a compra na fatura do cartão de crédito — e acaba contestando a cobrança como fraudulenta.
“O comerciante cobra uma conta de cartão de crédito e não usa o nome comumente conhecido e o consumidor contesta isso. Esta é uma disputa legítima perante a lei”, disse Chi Chi Wu, advogado sênior do National Consumer Law Center, à CNBC. “Eles têm direito a esclarecimentos.”
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A pesquisa da Socure mostra também que a geração Z (nascida entre 1995 e 2010) é mais propensa a fraudes amigáveis. Cerca de 52% dos entrevistados nesta faixa etária afirmaram que fraudariam compras online se soubessem que não haveria consequências.
O uso das redes sociais também é apontado por especialistas como um dos principais pontos de influência para fraudes.
No TikTok, você pode encontrar centenas de vídeos de influenciadores financeiros compartilhando dicas sobre como contestar cobranças de cartão de crédito e pessoas admitindo contestar cobranças legítimas para receber seu dinheiro de volta.
*Com informações da CNBC.
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