Após dias de aperto na bolsa brasileira, empresas do setor frigorífico como JBS (JBSS3) e a BRF (BRFS3) pode finalmente respirar novamente.
O governo afirmou que comunicará nesta quinta-feira (25) o encerramento do surto de Newcastle no Rio Grande do Sul à Organização Mundial de Saúde Animal (OMS).
“Todas as informações técnicas indicam a conclusão do foco. Fecharemos o foco em comunicado à OMSA e forneceremos todas as informações aos países, sobre o diagnóstico atual e as ações tomadas”, explicou o secretário de Defesa Agrária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulartem entrevista com Estadão/Transmissão.
Com a conclusão do foco e descartadas as suspeitas —cinco testes realizados apresentaram resultados negativos para o vírus—, o Ministério espera a retomada das vendas aos mercados com a suspensão da emissão de certificados de exportação.
A doença foi identificada em uma granja comercial de aves em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, há uma semana.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Newcastle atinge aves domésticas e silvestres e provoca sinais respiratórios seguidos de manifestações nervosas.
Por que as greves impactaram BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3)
Até então, as ações de empresas do setor de proteínas, como BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3), vinham sendo penalizadas na bolsa devido à incerteza sobre a então paralisação das exportações.
Vale lembrar que o governo brasileiro suspendeu a emissão de certificações para exportações para 42 mercados, com restrições de diversos graus.
O temor aumentou após a inclusão da China na lista nacional de proibições, segundo o Itaú BBA, já que o país é o maior parceiro comercial do segmento brasileiro de carne de frango, respondendo por quase 18% dos volumes exportados em 2023, com base em dados do a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
“Com o maior parceiro comercial do Brasil agora incluído na lista nacional de proibições, crescem as preocupações sobre a sustentabilidade do sólido impulso da indústria a partir do segundo semestre de 2024”, disse o Itaú BBA.
Segundo analistas, neste novo cenário, a BRF (BRFS3) e a JBS (JBSS3) precisariam explorar mercados alternativos de exportação, que provavelmente seriam menos eficientes que a China.
Além disso, havia maior risco de excesso de oferta no mercado nacional de proteínas devido ao volume significativo que precisava ser redirecionado.
Porém, com o fim do surto da doença no Rio Grande do Sul, a possibilidade de retomada das exportações ganha força.
O retorno das exportações – mas não agora
Contudo, o fim do foco não significa que as exportações serão retomadas imediatamente.
Afinal, a devolução das remessas depende da aprovação da autoridade sanitária de cada país importador.
“É difícil prever o comportamento das autoridades sanitárias, mas com capacidade de negociação mostraremos a eles que as informações são suficientes e confiáveis para que as autoridades sanitárias revejam sua postura para que o Brasil possa retomar a certificação”, explicou o secretário.
“Com as informações robustas de hoje sobre a conclusão do foco, esperamos que a reação dos países importadores comece a ocorrer em breve”, antecipou.
Segundo Goulart, não é possível estimar um prazo para a retomada do fluxo comercial, pois a autorização vem do país importador e não do exportador.
Na prática, os países importadores precisarão reconhecer que o Brasil está livre da doença.
Após validação por cada autoridade sanitária dos países importadores, o Brasil poderá retomar a certificação das exportações atendendo aos requisitos sanitários pactuados e, assim, reabrir o comércio.
Negociações governamentais
Com a notificação à OMSA sobre o encerramento do surto e a regionalização da emergência sanitária em um raio de 10 km de onde o vírus foi detectado, o próximo passo do governo brasileiro é negociar autorizações país por país para o retorno das vendas externas .
“Temos mantido discussões frequentes com as autoridades sanitárias e prestado o máximo de informações possíveis com credibilidade e transparência. Depois disso, entra a parte de negociação, mostrando a necessidade dessa análise ser ágil para que possamos retomar os embarques o mais rápido possível “, observou Goulart.
Segundo o secretário, diariamente são enviadas informações técnicas através dos adidos agrícolas e das embaixadas para cada país importador.
Para a China, principal destino das exportações brasileiras de frango, o protocolo bilateral prevê a suspensão das certificações na detecção da doença e, uma vez concluído o foco, o envio de um dossiê técnico de informações para avaliação da Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) — autoridade sanitária do país asiático — e autorização para o retorno das exportações.
“No caso da China, como não há regionalização prevista no protocolo das aves, tanto a restrição quanto a liberação tendem a valer para todo o país”, explicou o secretário.
Além da China, também estão suspensas as exportações de produtos avícolas de todo o Brasil para o México e a Argentina.
Para outros 39 países, o Brasil suspendeu a emissão de certificados de exportação tanto do Rio Grande do Sul quanto da região afetada, conforme previsto no protocolo sanitário com cada país.
“Amanhã faremos uma reunião com todos os países do continente americano, visando principalmente os mercados mais sensíveis, para os quais estão fechados os embarques de todo o país”, disse o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo de Andrade Mota.
“Temos toda a informação sanitária que não nos permite anunciar-lhes o encerramento do surto de Newcastle, ou seja, dizer que já não existe um agente patogénico presente ou que ponha em risco a operação comercial e solicitando agora uma resposta da importação países o mais rapidamente possível. possível no pacote técnico informado”, acrescentou.
Mesmo com a conclusão do surto, o ministério continuará com os protocolos de vigilância sanitária e ações de controle na região afetada.
“Encerramos a situação que nos impedia de emitir certificação sanitária de exportação, com o encerramento do surto, mas faremos uma segunda rodada de fiscalização nas 800 propriedades da área afetada e a inclusão de aves sentinelas (para verificar que o vírus não circula na região)”, detalhou Mota.
As demais aves da granja afetada foram sacrificadas e o aviário foi limpo e desinfetado. As medidas, segundo fontes, visam restabelecer as condições normais de saúde.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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