A expectativa por um novo IPO na bolsa brasileira já dura três anos no mercado nacional — e os investidores locais terão que esperar um pouco mais para ver outro Janela de IPO abra em B3segundo Fábio Nazarichefe de Mercado de Capitais de Ações na BTG Pactual.
“Fala-se muito dos bancos dizendo que o mercado americano está de volta, mas eu discordo. Assistimos agora a cerca de 50 IPOs por ano nos Estados Unidos, o que representa um décimo do que estava a ser feito. Ou seja, não é quase nada comparado aos EUA antes, e é normal que também não vejamos nada acontecendo no Brasil”, disse Nazari, durante evento de relações com investidores realizado nesta segunda-feira (24).
Na avaliação do gestor, a possibilidade de uma nova rodada de ofertas públicas iniciais de ações foi novamente adiada em meio a mais um adiamento do esperado início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.
Se no início do ano o mercado apostava em até sete cortes de juros por parte do Federal Reserve, o banco central norte-americano frustrou as esperanças dos investidores e sinalizou que o mercado deveria registrar apenas uma queda nas taxas — e apenas em dezembro, se isso acontecer.
“Não temos nenhum dinheiro novo entrando. Estamos sangrando muito lentamente, e isso significa que os investidores não têm pressa em comprar. Afinal, ele não precisa comprar hoje, porque sabe que amanhã a ação estará ainda mais fraca”, disse Nazari.
A situação das empresas brasileiras hoje
Para o economista do BTG, embora o mercado de capitais brasileiro esteja em desidratação, principalmente no que diz respeito a novos IPOs, a indústria acionária brasileira já atingiu o fundo do poço — o que incentiva uma perspectiva mais positiva daqui para frente.
“Não sobrou nada, estamos realmente no osso. O mercado está barato, as empresas estão indo bem e melhorando. Há um risco, pois o ruído fiscal aqui aumenta o custo de capital para as empresas brasileiras, mas mesmo assim, quando olhamos para a capacidade do Brasil de agregar investidores e atrair fluxos estrangeiros, estamos em uma condição diferente.”
Na avaliação do gestor, a falta de concorrência é hoje um dos principais atrativos do Brasil para os investidores estrangeiros.
Sem a China, a Rússia e a Turquia na competição, os estrangeiros recorrem aos países emergentes – que têm as suas próprias dificuldades, segundo Nazari.
“O México é atraente, mas não tem o tamanho do Brasil. Entretanto, o Peru, o Chile e a Colômbia não têm mercados de capitais internacionalizados, são pequenos e fechados e a Argentina continua a ser uma opção. Então só sobrou gente contra a Índia, que vale mais ou menos 22 vezes o lucro, enquanto nós estamos perto de 7 vezes.”
Segundo Nazari, as empresas brasileiras também aproveitaram a janela fechada para ofertas de ações para limpar a casa e buscar outras formas de financiamento —com destaque para novas emissões de dívida.
“Quem estava um pouco mais estressado já tomou medidas de desalavancagem. Ou seja, quem precisava levantar capital já o levantou, seja por meio de operações estruturadas ou por alongamento de dívida. O grupo já se organizou”, destacou o gestor.
IPO à frente
O gestor do BTG Pactual vê uma nova janela se abrindo para os mercados acionários globais assim que as taxas de juros nos Estados Unidos começarem a dar sinais de redução — e o Brasil deve estar bem posicionado para aproveitar esta oportunidade.
Porém, como os investidores locais — que correspondem a 70% da demanda do mercado interno — estão sofrendo, será preciso “confiar no estrangeiro”, disse Nazari, no evento.
“A janela do IPO não vai abrir esse ano, não adianta. O mercado está barato, em 120 mil pontos não consigo convencer nenhum empresário a vender a empresa pela primeira vez, o estrangeiro ainda não chegou e vamos precisar dele.”
Segundo Fabio Nazari, o mercado brasileiro ainda precisa de três fatores para vivenciar uma nova oportunidade de oferta de ações na B3: uma condição de avaliação mais rico, dinheiro novo e uma gama de investidores.
“Não temos nenhum dos três hoje e acho que não teremos este ano ainda. Talvez se começarmos a ver o mercado um pouco mais caro isso comece a puxar fila”, projetou o economista.
“À medida que o mercado sobe, você começa a ver interesse nessas operações e o setor começa a ficar mais movimentado. Se houver fluxo, o mercado aumentará o preço e fará mais transações. Até que, num determinado momento, o próprio investidor começará a receber recursos da alta da bolsa e começaremos a ver dinheiro novo”, completou.
Quais empresas devem ir à B3 para fazer IPO?
Para o chefe de ações do BTG Pactual, é possível que o mercado de ações brasileiro comece a ver novos IPOs dentro de seis a nove meses, a contar a partir de agora.
“Esse novo dinheiro só deverá chegar depois da queda das taxas de juro nos Estados Unidos e acredito que é uma janela que poderá eventualmente abrir-se entre o primeiro e o segundo trimestre do próximo ano”, disse Nazari.
E quais empresas devem aproveitar a nova janela para estrear na B3? Para o gestor, os “big pools” deverão liderar a entrada de novos IPOs na bolsa brasileira —que seriam aquelas ofertas capazes de movimentar entre US$ 700 milhões e R$ 1 bilhão.
“Esses são os caras que abrem as portas para os IPOs. A partir daí começaremos a ver operações médias de R$ 1,5 bilhão, mas não acredito que começaremos a ver operações pequenas imediatamente”, afirmou.
Segundo o economista, os investidores ainda deverão acompanhar uma série de ofertas de ações que “não devem sair” —estas só deverão acontecer no final da curva, após a estreia das boas empresas na B3, nas projeções de Nazari.
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