O dólar voltou a subir em mais uma sessão desta terça-feira (2) frente às moedas do Brasil e da Argentina, renovando máximas históricas no país vizinho. A principal razão está nas declarações de Jerônimo Powellpresidente da Reserva Federal (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) esta manhã.
Nas últimas semanas, o dólar disparou em relação ao realpassando de R$ 5,24 no início de junho para a faixa de R$ 5,68 hoje.
Vale destacar que o movimento ocorre em meio a indícios de um possível ataque especulativo à moeda brasileira, que acaba de completar 30 anos em circulação.
Desde o início do ano, o real foi o sétimo mais desvalorizado frente ao dólar, perdendo para o também desvalorizado iene Isso é Peso argentinopor exemplo.
Parte da desvalorização é atribuída aos recentes discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, alguns analistas acreditam que esta é uma explicação insuficiente para tal queda.
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Porém, hoje não é culpa do Lula
A explicação desta terça vem do próprio Powell. Ele estava participando de um evento com seus colegas Roberto Campos Netodo BC brasileiro, e Cristina Lagardedo europeu.
Por volta das 11h40, o dólar à vista era negociado em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,6931. Ao mesmo tempo, o Ibovespa também avançou, cerca de 0,27%, para 125.107 pontos.
Além da valorização das commodities, que estimula ações das empresas dos setores de mineração e siderurgia, as palavras de Powell agradaram aos investidores.
O chefe do Fed disse, por exemplo, que o Fed fez progressos significativos na inflação e que o mercado de trabalho está a abrandar. O presidente do Fed também afirmou que “fizemos progressos significativos na inflação”.
Campos Neto disse que a decisão da autoridade monetária de interromper o ciclo de redução de juros se deve mais ao ruído do que aos fundamentos econômicos.
Dólar na Argentina: o que está acontecendo por lá
Já em nosso irmãos, a situação é um pouco pior. A valorização da moeda levou um dólar a valer 1.420 pesos argentinos nesta terça-feira, segundo o portal Ámbito Financeiro.
Lá, os investidores não apenas digeriram os discursos de Powell, mas também há grande expectativa em relação ao encontro entre o ministro da Economia, Luis “Toto” Caputo, e o presidente do BCRA — Banco Central da Argentina —, Santiago Bausili, com representantes locais bancos.
Na reunião, Caputo deverá fazer, entre outras perguntas, que os bancos desfaçam as opções de venda (colocar) em títulos Argentinos.
Para recapitular, na última sexta-feira (28), Caputo anunciou qual seria a segunda etapa de seu plano de estabilização da economia argentina.
Assim, o ministro também quer manter o passivo do BCRA sob a supervisão do Tesouro, o que tende a garantir um compromisso com uma maior responsabilidade fiscal.
Contudo, se houver uma venda massiva destes títulos, eles perderão valor, impactando a meta de défice zero.
Além disso, prometeu não realizar novas rodadas de emissão de novos títulos da dívida argentina. “Para um défice zero, adicionaremos zero emissões”, disse o ministro, na conferência de imprensa.
Por fim, vale lembrar que a Argentina vem substituindo seus títulos de dívida em pesos por títulos em dólares, com prazos até 2028.
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