Petrobras (PETR4) avança em potencial oferta de recompra da refinaria do Mubadala — mas há obstáculos no caminho

A Petrobrás (PETR4) avançou o processo de uma potencial recompra de Refinaria Mataripe de MubadalaFundo soberano de Abu Dhabi.

A informação foi divulgada em primeira mão pelo Reuters.

Fontes informaram à agência de notícias que a estatal brasileira concluiu o due diligence — passo fundamental para fusões ou aquisições — para uma oferta de Refinaria Landulpho Alves – Mataripe.

A refinaria RLAMlocalizada na Bahia, foi vendida à Mubadala por US$ 1,65 bilhão em 2021, segundo as fontes.

Construída na década de 1950, Mataripe é a segunda maior refinaria do Brasil, com a maior capacidade de produção de gasolina, diesel e outros derivados de petróleo do Norte e Nordeste do Brasil, segundo a operadora Acelen, controlada pela Mubadala.

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Obstáculos nas negociações entre Petrobras e Mubadala

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez campanha contra a venda das refinarias da Petrobras e pressionou a petroleira a acelerar investimentos que pudessem gerar empregos no segmento.

No entanto, não foi alcançado um acordo sobre a estrutura e o preço de uma possível recompra.

Estas discussões poderão atrasar o negócio, uma vez que os críticos do acordo dizem que a refinaria teria sido vendida muito abaixo do valor de mercado durante a pandemia de Covid-19.

Na avaliação do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a RLAM valia entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões em 2021.

“Se você me perguntar se o Brasil deveria ter vendido refinarias, eu responderia com certeza: não”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Reuters.

Segundo Silveira, a Petrobras só fechará acordo para Mataripe se a recompra for “economicamente viável”.

Segundo a Reuters, o plano da Petrobras (PETR4) era comprar 80% do capital de Mataripe e fazer um investimento minoritário em uma usina de biocombustíveis com a Mubadala.

Porém, após a mudança de CEO em maio, não há certeza se a estrutura do acordo permanecerá a mesma agora sob a gestão de Magda Chambriard na estatal.

A Petrobras também teria discutido a possibilidade de oferecer ao fundo soberano de Abu Dhabi o mesmo preço que pagou pela refinaria em 2021, mais juros e reembolso dos investimentos da Mubadala para modernizar a planta.

Além da refinaria RLAM

Segundo o Estadão/Broadcast, outra notícia ainda ocupa a atenção da Petrobras (PETR4) atualmente.

Uma das maiores empresas químicas do Brasil, a Unigel solicitará reembolso de cerca de R$ 700 milhões pelos investimentos realizados nas duas fábricas de fertilizantes arrendadas da estatal —que, na época, não estavam em condições operacionais.

A empresa informou ao jornal que estima ainda ter mais de cem milhões de reais em prejuízos com a interrupção da produção nas unidades, que ainda não foram calculadas.

“A Unigel pretende retomar a produção de fertilizantes o mais rapidamente possível e mantém-se firme na expectativa de que, em breve, se estabeleçam condições económicas viáveis ​​para o fornecimento de gás natural que lhe permitam retomar a operação das centrais arrendadas”, afirmou a empresa .

A Unigel afirma estar aberta a negociações com a Petrobras para buscar uma solução viável para a retomada da produção de amônia e uréia no menor tempo possível.

Vale lembrar que a empresa arrendou as fábricas de fertilizantes nitrogenados Laranjeiras, em Sergipe, e Recôncavo, na Bahia, em 2020.

O acordo foi fechado por R$ 177 milhões pelo prazo de dez anos, com possibilidade de prorrogação por mais uma década. Se estivessem em operação, as duas unidades da Petrobras poderiam atender 20% da demanda nacional.

Em junho, a Petrobras encerrou o contrato com o grupo para produção de fertilizantes. Segundo a estatal, o compromisso de industrialização personalizada celebrado no final do ano passado não foi cumprido no prazo previsto.

*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo.