Uma das “joias esquecidas” do conglomerado Cosan (CSAN3) ganhou destaque na manhã desta quarta-feira (10): o Mover apresentou um pedido de IPO (oferta pública de ações) em NÓS.
A distribuidora de lubrificantes automotivos e industriais confirmou as expectativas do mercado e apresentou confidencialmente uma proposta de IPO à SEC, o xerife do mercado de capitais norte-americano.
De acordo com fato relevante enviado à CVM, a previsão é que o IPO ocorra após a conclusão da análise da SEC, mas a operação está sujeita às condições de mercado.
Pelo que se sabe, a oferta será composta por ações ordinárias, que garantem o direito de voto nas assembleias. Porém, a quantidade de ações a serem vendidas e a faixa de preço da transação ainda não foram definidas.
De acordo com Bloomberga oferta poderá gerar cerca de R$ 13 bilhões, considerando um múltiplo de 10 vezes o valor da empresa sobre o índice Ebitda (EV/Ebitda).
Na perspectiva de Pesquisa EmpíricaO IPO da Moove é um “gatilho importante” para destravar valor para a Cosan (CSAN3), que detém 70% da produtora de lubrificantes.
No final de junho, a analista Larissa Quaresma estimou um desconto de cerca de 30% para a ação contenção em Rubens Ometto — e a oferta de ações da subsidiária norte-americana poderá impulsionar o fechamento deste desconto.
Além do IPO da Moove
Além do IPO da Moove, outra oferta de ações estaria no radar do empresário Rubens Ometto: o pai Bússolaque reúne os ativos de gás da Cosan.
Conforme relatado por GloboOmetto conversa com potenciais parceiros estratégicos sobre uma alternativa ao IPO da Compass, mas o negócio só acontecerá se o valor atribuído à empresa atender às expectativas — que ultrapassariam R$ 30 bilhões.
Esta não seria a primeira vez que a possibilidade da Cosan (CSAN3) abrir o capital de mais empresas sob seu guarda-chuva virou notícia, de fato.
Em 2020, a Compass chegou a solicitar registro para IPO, mas a Cosan desistiu da operação por acreditar que o valor da ação não seria precificado em nível adequado devido à “deterioração das condições de mercado”. A expectativa era que o negócio movimentasse cerca de R$ 4 bilhões na bolsa brasileira.
Em setembro do ano passado, ao ser questionado durante o Cosan Day sobre a possibilidade de novos IPOs de suas subsidiárias, o vice-presidente de estratégia da empresa, Marcelo Martins, deixou a porta aberta para novas operações a partir de 2024.
“Vamos fazer o IPO da Moove na hora certa, temos um sócio que quer ter mais liquidez também [o fundo CVC Partners, que detém os outros 30% na companhia]. Na Compass acreditamos que não é o momento certo para fazer o IPO, não há necessidade de acessar o mercado equidade este ano. Ano que vem é outra história”, disse, em 2023.
Na época, o executivo da Cosan afirmou que a empresa estava sempre buscando oportunidades para aproveitar as janelas para IPOs, que vinham sendo escassas, mas que as empresas estavam em boa situação financeira e com baixo nível de endividamento.
O CEO da Compass, Nelson Gomes, também destacou durante o evento que a empresa tinha muito para crescer e aproveitar o crescimento da demanda de gás com os ativos que já possuía.
*Com informações do Broadcast e O Globo.
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