O percurso nem sempre é o esperado quando o carro dá partida. Um engarrafamento, uma obra inesperada ou até mesmo a placa do veículo — para quem viaja na cidade de São Paulo — podem fazer o motorista “recalcular o trajeto”.
Assim como nas ruas onde podem ocorrer percalços pelo caminho, no mercado de ações não é diferente. De olho nos números do último trimestre e no horizonte do cenário macroeconômico, o BTG Pactual “recalculou a rota” de Localize (RENT3).
O banco reduziu o Preço alvo para as ações da empresa de R$ 90 para R$ 70 — o que ainda representa uma valorização potencial de 73,2% em relação ao fechamento da última sexta-feira (14).
Nesta segunda-feira (17), as ações da Localiza começaram o dia em queda. Por volta das 11h (horário de Brasília), as ações da RENT3 caíam 1,48%, a R$ 39,82 na B3.
Os buracos no caminho para a Localiza
Na avaliação do BTG, o “recálculo de rota” da Localiza (RENT) se deve a retrocessos: o cenário macroeconômico — e tendências da indústria automobilística — que inclui a entrada de carros chineses no mercado nacional.
“Cortamos o preço-alvo em resposta aos trimestres mais fracos do que o esperado, atribuídos principalmente ao longo período necessário para a normalização da indústria – que resultou em desvalorização superior ao esperado – e ao período mais longo do que o esperado para cortar o preço brasileiro taxa de juros”, escrevem os analistas Lucas Marquiori, Fernando Recchia e Marcelo Arazi, que assinam o relatório.
A tendência de alta depreciação dos veículos também é um obstáculo na trajetória da Localiza.
Isto porque o preço médio dos automóveis novos continuou a aumentar em maio, embora a um ritmo mais lento. Entretanto, os preços dos automóveis usados continuaram a diminuir – contribuindo para um novo aumento da depreciação.
“Embora esperemos que a tendência de depreciação [dos veículos] diminui à medida que a Localiza renova sua frota, adotamos uma abordagem conservadora”, escrevem os analistas.
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Além disso, analistas afirmam que, após anos de domínio das marcas ocidentais, o mercado automotivo brasileiro passa por uma “mudança tectônica” com o avanço das marcas chinesas — que se tornaram “grandes demais para serem ignoradas”.
“A acessibilidade superior e o reposicionamento bem-sucedido da marca fizeram com que os brasileiros se apaixonassem pelos carros chineses. Esta mudança é impulsionada pela grande melhoria na percepção da qualidade do produto e pelo crescimento nas vendas de veículos elétricos”, afirma o relatório.
Hoje, as marcas chinesas BYD e GWM representam cerca de 5% das vendas de veículos novos no Brasil e já começaram a impactar os preços dos automóveis no mercado local.
Impactos das enchentes no Rio Grande do Sul
Para o BTG Pactual, as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul há pouco mais de um mês devem impactar na redução de receita das locadoras — como a Localiza — pela ausência de cobrança pelos carros alugados que não puderam ser devolvidos.
O aumento dos custos de reparação de veículos e a dinâmica mais fraca de eliminação de activos, uma vez que os carros mais danificados serão provavelmente leiloados a valores significativamente reduzidos, também são factores em consideração.
A Localiza possui cerca de 20 lojas no Rio Grande do Sul, com aproximadamente 20 mil carros na região — o que representa cerca de 3% da frota total da empresa. O BTG Pactual espera que a perda de frota seja inferior a 3% na região.
“Embora os impactos possam afetar os resultados do segundo e possivelmente do terceiro trimestre, não esperamos que alterem materialmente a dinâmica de curto prazo da Localiza, dada a baixa relevância geral dos veículos danificados em comparação com a sua frota total”, escrevem os analistas.
Mesmo com o reajuste no preço-alvo, o BTG Pactual manteve a recomendação de compra das ações da Localiza.
Para o banco, as ações RENT3 apresentam um interessante “risco-recompensa”, pois continuam a ser negociadas a 14x preço/Ebitda (P/E), abaixo da média histórica dos últimos cinco anos, de 22x P/E.
Além disso, os analistas afirmam que a receita de aluguer (RAC) apresenta uma tendência “encorajadora” nos últimos trimestres, “suportada pela concorrência racional e pela procura resiliente”.
“Apesar da falta de visibilidade a curto prazo para os automóveis usados, as divisões de aluguer apresentam um forte desempenho”, afirma o relatório.
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