Ó senador Plínio Valério (PSDB-AM) entregue hoje (06/05) ao Comissão de Constituição e Justiça do Senado parece dar mais um passo em direção autonomia do Banco Central. A opinião de Proposta de Emenda à Constituição 65/2023 (PEC) prevê autonomia orçamentária e financeira do BC.
O assunto inclui Constituição a autonomia operacional da autoridade monetária, que hoje é assegurada pela Lei Complementar 179aprovado em 2021.
A PEC transforma o BC de um agência federal vinculadamas não subordinado, ao Ministério das Finançasem empresa pública, com carácter especial pelo exercício da actividade estatal, passando a ter personalidade jurídica de direito privado.
Autonomia é defendida pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ó Executivo ainda não comentou oficialmente o assunto. A proposta recebeu a assinatura de 42 senadores. Para ser aprovada no plenário, mudança constitucional precisa do voto de 49 senadores em dois turnos.
Independência financeira e rendimentos próprios
O senador Plínio Valério justifica a medida argumentando que ela é necessária para que a instituição possa desenvolver suas atividades “sem restrições financeiras”. Com a autonomia proposta, o orçamento do BC deixaria de depender de repasses do Tesouro Nacionalutilizando receitas próprias “geradas pelo seu patrimônio, para cobrir suas despesas com pessoal, despesas gerais, investimentos e outras”.
O relator acrescentou ainda que a medida traria alívio para Contas sindicais, pois não precisa arcar com as despesas do BC. Além disso, a proposta impõe limites aos gastos dos servidores públicos, cujos reajustes salariais serão limitados à inflação “para evitar o crescimento exacerbado desta rubrica orçamentária”. Um reajuste acima da inflação dependerá de autorização do Senado.
Se a PEC for aprovada, os servidores deixarão de ser regidos pelo regime único da União e se tornar funcionários públicosgovernado por CLT (Consolidação das leis trabalhistas). Devido a esta alteração, o parecer prevê regras que impedem o despedimento sem justa causa.
“Os membros do quadro permanente do Banco Central Eles só poderão ser demitidos por decisão judicial transitada em julgado ou em caso de falta grave”, define a PEC.
Funcionários do BC não sofrerão prejuízos, diz relator
A proposta prevê também uma compensação financeira para os pensão dos servidores atuais que migram para CLT. “Deve ser levado em consideração o princípio máximo da não lesão e da proteção dos atuais servidores que não podem sofrer perda de direitos adquiridos na atual situação funcional, adotando-se regra de transição no processo de alteração do regime jurídico”, afirma o relator.
Os servidores do Banco Central estão divididos. Ó Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Signal) argumenta que a medida afasta o Banco Central do Executivo, dificultando a coordenação das políticas monetária e fiscal, favorecendo uma “elite” dentro da instituição.
“[A preocupação] é que algumas medidas tomadas pelos futuros dirigentes do BC serão influenciadas não pela boa execução da política econômica necessária ao país, mas sim pelo desejo de gerar lucros para justificar bônus individuais de produtividade aos dirigentes da casa”, argumenta, em nota, o Sindicato.
A Associação Nacional dos Analistas do Banco Central defende a PEC. A associação afirma que o BC vem sofrendo cortes orçamentários que colocam em risco os projetos e investimentos necessários à manutenção e ampliação dos serviços prestados.
“Sem recursos, a manutenção dos sistemas e a atuação do BC ficam prejudicadas”, diz relatório da ANBCB divulgado aos senadores.
*Com informações da Agência Brasil
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