Mesmo com o sucesso dos carros elétricos, a busca por combustível continua resiliente, pelo menos por enquanto — e a demanda acelerada por etanol poderá beneficiar o Raízen (RAIZ4) de agora em diante.
Ó Santander iniciou a cobertura das ações RAIZ4 com recomendação de “superar”, equivalente a compra, e definiu preço-alvo de R$ 4 para o final de 2026.
O valor implica uma valorização potencial de 33% em relação ao último fechamento.
As ações reagiram em alta na bolsa desta sexta-feira (5), encerrando o pregão com ganhos de 3%, a R$ 3,08. No ano, as ações ainda acumulam queda de cerca de 23,2% em 2024.
Por trás da visão otimista para a Raízen (RAIZ4)
Parte da visão otimista do Santander para a Raízen baseia-se na perspectiva construtiva do banco para o futuro do etanol de segunda geração (E2G).
Segundo analistas, além de volumes maiores que o esperado, os retornos são semelhantes aos seus projetos globais.
O banco também vê oportunidade na rescisão de contratos de cogeração de energia, já que o E2G poderia aumentar significativamente a rentabilidade das usinas brasileiras.
“Com 20% da capacidade energética dos contratos de cogeração prevista para expirar em 2025, o investimento considerável poderia render um retorno 40% maior se as fábricas produzissem E2G em vez de cogeração”, disse Santander.
Na visão dos analistas, esta poderia ser uma alavanca fundamental para a Raízen ampliar margens por meio de novos modelos de negócios, como licenciamento ou empreendimentos conjuntos.
No entanto, é importante destacar que a implementação do E2G tem sido desafiadora devido à inflação e aos atrasos na construção.
Uma ajudinha da transição energética
Outro ponto que pode beneficiar a Raízen é o ganho de participação do etanol em meio à redução da paridade com a gasolina nas bombas de combustíveis, na visão do Santander.
“O etanol está ganhando participação em relação à gasolina, potencialmente ajudando a normalizar os estoques e permitir a expansão do mercado, evitando a competição entre o etanol de cana e de milho no médio prazo”, afirmou o banco.
Na avaliação do Santander, a Raízen está “estrategicamente posicionada” para aproveitar as oportunidades de crescimento estrutural que estão sendo criadas com a mudança da matriz energética.
“A sua posição diferenciada como maior produtor de biomassa do mundo permite à empresa prosseguir projetos de alto retorno que vão desde E2G a biogás e muito mais”, afirmaram os analistas num relatório.
Segundo o banco, outro ponto complementar para o desempenho das ações são as operações da Raízen na distribuição de combustíveis no Brasil e o aprimoramento dos negócios de açúcar e etanol.
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O que esperar da Raízen (RAIZ4) daqui para frente
Apesar da visão otimista do Santander, as perspectivas são de ventos contrários em 2025 devido à queda dos preços do açúcar.
Os analistas projetam um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 14,7 bilhões para o ano fiscal de 2025, próximo à faixa mais baixa do ano. orientação anunciado pela Raízen.
“Somos mais conservadores que o mercado nos negócios de Açúcar e Etanol, devido à tendência de queda dos preços do açúcar”, disse o banco.
O Santander considera um preço médio de US$ 0,19 por libra-peso para o ano, contra um consenso de mercado de US$ 0,21 por libra-peso.
Isto porque os analistas prevêem um pequeno excedente no período, ajudado pelas perspectivas “brilhantes” de colheita no Brasil e na Tailândia em 2024-25.
Contudo, o banco avalia que a desvalorização do real poderá impulsionar os resultados da Raízen, compensando parcialmente a fraqueza do preço do açúcar.
Mas embora o cenário seja mais conservador para o açúcar, o negócio de mobilidade da Raízen deverá ter um bom desempenho, segundo o banco, dada a estratégia da Raízen de focar nas margens e não nos volumes.
Os riscos para a tese do Santander
Como acontece com toda tese de investimento, as projeções do Santander para a Raízen (RAIZ4) poderão ser impactadas — tanto para cima quanto para baixo.
Em relação aos riscos, o banco avalia que existem seis fatores principais que podem pressionar o desempenho da Raízen (RAIZ4). São eles:
- Preços mercadorias e combustíveis;
- Mudanças nos mandatos renováveis;
- Excedente de investimento (investimentos);
- Mudanças na monetização de créditos tributários.
- Eletrificação da frota brasileira; Isso é
- Disciplina capital.
Do lado catalisador, os analistas avaliam que uma tríade de fatores poderá ajudar a empresa daqui para frente.
Uma eventual aceleração dos projetos E2G, a paridade mensal do etanol e do consumo e a melhoria dos rendimentos da colheita da cana-de-açúcar são os principais impulsionadores citados pelo banco.
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