O aumento dos lucros Camil (CAML3) no primeiro trimestre fiscal de 2024 foi motivo e tanto para valorizar as ações da empresa brasileira de alimentos nesta sexta-feira (12).
Às 11h28 (horário de Brasília), as ações CAML3 subiam 7,52% na B3, cotadas a R$ 9,29. Por volta das 13h08, a ação subia 8,10%, cotada a R$ 9,34.
Na quinta-feira, a Camil divulgou os resultados dos meses de março a maio. O lucro líquido cresceu 22,6% em relação ao 1T23, para R$ 78,5 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 254,5 milhões, um aumento de 28,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
A receita líquida da empresa foi de R$ 2,9 bilhões, crescimento de 9% em relação ao 1T23 e de 8,1% em relação ao 4T23.
Embora os resultados tenham animado o mercado, as avaliações dos grandes bancos de investimento, como BTG Pactual, Bank of America e Itaú BBA, sobre as ações são mistas.
O que impulsionou os resultados da Camil
Segundo o presidente da Camil, Luciano Quartiero, dois acontecimentos importantes ocorreram no trimestre: atrasos na colheita e as enchentes no Rio Grande do Sul. Apesar dos problemas logísticos, as plantas produtivas da empresa não foram impactadas.
No segmento de alto valor, que apresentou aumento de 13,7% em relação ao 4T23, o grande destaque do trimestre foi o lançamento da linha de massas Camil no estado de São Paulo, reforçando a marca Camil e a alta qualidade dos produtos já reconhecido pelo Marketplace”.
É hora de comprar CAML3?
Em relatório divulgado nesta sexta-feira, analistas do Bank Of America destacam os “resultados mais fortes” da Camil no trimestre e um EBITDA 8% acima do esperado. A receita, porém, foi inferior à estimativa da instituição.
Os analistas mantiveram sua recomendação “desempenho inferior”- equivalente à venda – para ações CAML3.
No relatório divulgado nesta quarta-feira (10), antes dos resultados trimestrais, o banco havia elevado o preço-alvo de R$ 8,30 para R$ 10 – estimativa mantida no documento desta sexta.
Na avaliação, o banco reforça que os preços do arroz – que já saltaram cerca de 50% em um ano – deverão subir ainda mais devido às perdas com as enchentes no Rio Grande Sul. Porém, esse impulso tem prazo de validade, o que impede uma perspectiva otimista para as ações na bolsa brasileira.
“Embora a empresa tenha uma dinâmica sólida no curto prazo, principalmente devido ao aumento dos preços do arroz, acreditamos que isso já foi precificado”, afirma o banco.
O BTG Pactual manteve a recomendação de “compra” para as ações da Camil. Além dos dados trimestrais, o banco destaca a capacidade da empresa em recuperar a margem de lucro e reduzir o endividamento.
Na recomendação do BTG, o preço-alvo sugerido para as ações CAML3 é de R$ 12,00, equivalente a uma alta de 29% em relação à cotação atual.
“As oportunidades de expansão para novas categorias são raras entre as empresas listadas de bens de consumo básicos, tornando a Camil uma das poucas histórias de crescimento genuíno no setor”, afirmam os analistas do BTG.
“As avaliações ainda são convincentes, uma vez que o crescimento dos lucros é ainda mais rápido com base no potencial de desalavancagem que se avizinha. Somos compradores.”
Em relatório divulgado nesta sexta-feira, o Itaú BBA também manteve o preço-alvo de R$ 12 para as ações da Camil e perspectiva de outperform, equivalente a recomendação de compra.
Os analistas mantiveram uma visão positiva de longo prazo sobre a empresa de alimentos. No entanto, reconheceram que ainda são necessários estímulos para sustentar as perspectivas positivas no curto prazo.
*Com informações do Money Times
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