Enquanto os consumidores brasileiros acompanham com tensão a polêmica “tributação das blusas” por aqui, o Brasil decidiu anunciar um acordo com a gigante chinesa do varejo digital Alibabadono de Ali Express.
O ministro de Empreendedorismo, Microempresa e Pequena Empresa, Márcio Françadisse que assinará acordo para exportação de produtos de empresas brasileiras por meio da plataforma asiática de comércio eletrônico.
O movimento ocorre dias após a aprovação do fim da isenção do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50 em sites como Shein, Shopee e o próprio AliExpress.
A matéria foi aprovada pelo Senado na última quarta-feira (5) e agora retornará à Câmara.
Relações entre Brasil e China
Durante visita ontem à sede do Alibaba, o ministro afirmou que o acordo deverá mostrar como os comerciantes brasileiros poderão vender pequenos produtos, em pequenas quantidades, na China, com o incentivo do governo brasileiro.
Em vídeo compartilhado no X (antigo Twitter), França menciona que o braço logístico do Alibaba entrega 5 milhões de pacotes por dia para todas as partes do mundo.
“Buscamos fortalecer as relações Brasil-China, encontrando ferramentas de cooperação para impulsionar o empreendedorismo no Brasil”, escreveu o ministro.
Alibaba, dona do AliExpress, em meio à “tributação das blusas”
O AliExpress se posicionou contra o fim da isenção para importações de até US$ 50 no Brasil e afirmou que a medida impactará principalmente a população brasileira de classe baixa.
Segundo a varejista, esse público não terá mais “acesso a uma grande variedade de produtos internacionais, muitos deles não encontrados no país, a preços acessíveis”.
A plataforma disse ainda que a decisão desestimula investimentos internacionais no país e deixa o Brasil como um dos países com maior alíquota de impostos para compras de itens internacionais do mundo.
“A mudança, por outro lado, não altera a isenção para viagens internacionais, que permite a quem viaja para fora do país adquirir diversos produtos isentos de qualquer imposto no valor total de R$ 5 mil a cada 30 dias”, diz o AliExpress em um comunicado de imprensa.
No final de maio, em entrevista ao Broadcast, a diretora-geral da empresa no Brasil, Briza Bueno, afirmou que, com o fim da isenção tributária, a carga tributária estimada sobre os produtos deverá ficar em torno de 44,5%.
“Claro que continuaremos comprometidos com o país. Continuamos a fazer os investimentos que temos no país, mas ficámos bastante surpreendidos com esta decisão. consumidor, que é o mais afetado neste momento”, afirmou o executivo.
Bueno disse que a empresa estuda quais seriam os movimentos daqui para frente, caso a tributação fosse aprovada nas demais instâncias do Poder Legislativo.
“Fizemos vários investimentos olhando para o vendedores locais (vendedores). Nós continuamos. Somos a plataforma que mais incentiva os vendedores com a menor comissão do mercado: 5% a 8%”, disse Briza, em maio.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
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