Ação da Gol (GOLL4) sobe forte na bolsa com expectativa de fusão com a Azul; saiba o que esperar das aéreas

A ação de Meta (GOLL4) é destaque fora do Ibovespa na sessão desta sexta-feira (5), em meio a rumores de que o Azul (AZUL4) estaria mais próximo de um Fusão com a companhia aérea.

Otimismo dos investidores com potencial casamento entre as companhias aéreas acompanha notícias publicadas por Valor Econômicoque estabelece que a empresa deve apresentar uma proposta de combinação de negócios nos próximos três meses.

Segundo o jornal, estão a decorrer negociações com os accionistas da Abra, contenção que controla a Gol e a Avianca.

Citando fontes, o Valor afirma que a empresa discute atualmente a estrutura da proposta e os termos do câmbio.

Se o negócio for adiante, o documento deverá ser formalizado na Justiça de Nova York, já que a Gol está em meio a uma recuperação judicial nos Estados Unidos, chamada Capítulo 11.

Por volta das 12h50, as ações subiam 9,43% na bolsa brasileira, sendo negociadas a R$ 1,16. No ano, a GOLL4 ainda acumula uma desvalorização na ordem de 87%.

Ao mesmo tempo, a Azul registrou alta de 1,54%, a R$ 7,92. Desde janeiro, as ações perderam cerca de 50%.

Procurado por O teu dinheiro, a assessoria de imprensa da Gol afirmou que não comentará a situação. A Azul não havia retornado até o momento da publicação desta matéria. Caso a empresa se manifeste, a matéria será atualizada para incluir o posicionamento da companhia aérea.

Expectativas para a fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)

Os rumores sobre uma potencial fusão entre companhias aéreas intensificaram-se em março deste ano, quando Notícias da Bloomberg informou que a Azul (AZUL4) estaria se preparando para adquirir a Gol (GOLL4).

Na época, a publicação informou que a companhia aérea avaliava uma série de opções —incluindo a possibilidade de aquisição integral da rival.

As expectativas aumentaram no final de maio, quando as empresas anunciaram um acordo de compartilhamento de rede (compartilhamento de código).

Na avaliação de parte do mercado, a parceria pode ser uma forma de Azul e Gol testarem a temperatura do mercado antes de anunciarem uma combinação de negócios.

De acordo com a investigação do Transmissãouma fusão entre as empresas resultaria na maior concentração da história recente da aviação brasileira.

Riscos e potencial de uma possível combinação de negócios

Para um gestor de ações com quem falei em maio, do ponto de vista da concorrência, o Onde (Conselho Administrativo de Defesa Económica) “deveria vetar a transação de qualquer forma”, já que uma fusão consolidaria um duopólio na aviação.

Porém, diante de um cenário complexo para o segmento, com oferta limitada de jatos e rentabilidade pressionada, a fragilidade das empresas pode levar o município a aprovar uma potencial fusão, mesmo com “remédios”.

“Acho que o Cade vai ficar numa situação super apertada e não tem saída. Na minha opinião, ele seria praticamente obrigado a aprovar, mas o que poderia fazer é impor restrições muito severas.”

Olhe aqui:

Para o cofundador da Criadores de mercado, Matheus Soaresa “solução clara” para o setor de aviação seria uma fusão entre Gol e Azul, especialmente devido ao elevado endividamento das empresas, que atualmente gira em torno de R$ 20 bilhões.

“Se isso acontecer, acho que o Cade vai olhar muito mais de perto o lado da oferta de voos e dos empregos que poderiam ser perdidos caso uma das empresas saísse do jogo. É uma discussão complexa, mas ele já aprovou a Localiza e a Unidas… Não sei em que termos o Cade aprovaria, mas parece haver uma possibilidade”, disse Soares.

Além da aprovação dos reguladores, uma potencial fusão ainda precisaria superar outro obstáculo: convencer credores da Gol nos EUA.

Afinal, é importante lembrar que a Gol ainda está no meio de uma recuperação judicial nos Estados Unidos, que começou em janeiro deste ano.

“É muito difícil fazer um M&A com uma empresa do RJ e outra empresa extremamente alavancada”, disse o gestor ao Seu Dinheiro, falando anonimamente. “Não é uma negociação que tem duas pessoas à mesa, mas sim 20 ou 30 pessoas na discussão. É muito mais complexo.”

*Conteúdo em atualização