Ó Senado começa a montar um cardápio de propostas para compensarisenção da folha de pagamento dos 17 setores que mais empregam e os municípios, depois do presidente da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolve ontem parte da medida provisória PIS/Cofins.
Também conhecido como MP para Compensaçãoa medida foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e limitou a compensação dos créditos do PIS (programa de integração social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Segurança Social).
Entre as propostas estudadas estão: a atualização patrimonial de pessoas físicas e jurídicas no Imposto de Renda; a repatriação de recursos ao exterior com regularização de valores e pagamento de impostos no Brasil; e a utilização de recursos esquecidos nas contas jurídicas de pessoas que venceram ações judiciais em Justiça e não sacaram os valores nem manifestaram interesse em recuperá-los.
Senadores também discutem vinculação tributação sobre compras internacionais acima de US$ 50aprovado em outro projeto, como fonte de remuneração.
Senado não calculou impacto financeiro de novas fontes
Ainda não há uma definição exata de quais medidas serão apresentadas, nem um cálculo do impacto financeiro dessas novas fontes.
O presidente do Senado afirmou que as ações serão discutidas na próxima quinta-feira, 13, em reunião de líderes da Câmara. A intenção dos parlamentares é aproveitar as propostas em andamento e incorporá-las ao projeto de desoneração da folha de pagamento, que está sendo relatado pelo líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA).
“Não esqueçamos a nossa obrigação, o nosso compromisso; e quero, a partir da reunião de líderes de quinta-feira, abordar esta questão como uma prioridade, considerando que temos vários projetos apresentados como possibilidades de fontes sustentáveis e legítimas de captação de recursos para fazer frente ao imposto isenção”, disse Pacheco durante sessão plenária.
Pacheco decidiu devolver os trechos da MP que limitavam a utilização dos créditos decorrentes da tributação do PIS/Cofins pelas empresas após forte reação de diversos setores, principalmente do indústria É de agronegócio. A decisão foi uma derrota para o Ministro das Finanças, Fernando Haddadque disse não ter plano B para compensar a isenção.
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Devotos da Lei de Responsabilidade Fiscal
Ao reagir à decisão de Pacheco, Haddad destacou que o Senado assumiu a responsabilidade de apresentar fontes de remuneração. O entendimento foi reforçado pelo líder do governo na Câmara e relator do projeto de isenção, Jaques Wagner (PT-BA).
“Como todos somos devotos de Lei de Responsabilidade Fiscalestaremos abertos para encontrarmos juntos as compensações necessárias”, disse Wagner.
A mudança na utilização dos créditos do PIS/Cofins foi proposta pelo Ministério das Finanças e editado pelo presidente Lula para aumentar a receita e compensar a desoneração da folha de pagamento para empresas e municípios, após a Tribunal de Justiça Federal (STF) suspendeu o benefício.
De acordo com Receita Federal, o impacto da isenção em 2024 é de R$ 26,3 bilhões. De acordo com Disonera Brasilos 17 setores beneficiados empregam 9,3 milhões de pessoas e criaram 151 mil empregos no primeiro bimestre do ano.
Reação do autor do projeto de isenção
“Temos medidas compensatórias, que não teremos medo de avançar, mas sem sacrificar quem produz”, afirmou o senador Efraim Filho (União-PB), autora do projeto que ampliou a isenção da folha de pagamento.
“Não faz sentido dar com uma mão e receber com a outra; não faz sentido proporcionar alívio reduzindo o Carga tributária na folha de pagamento e depois sacrificar o setor produtivo, principalmente aqueles com perfil exportador na agricultura e em outros setores”, afirmou o senador.
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