O mundo vive um dos momentos mais críticos da história em termos de mudanças climáticas. Enquanto o Brasil enfrentou uma das piores secas dos últimos anos, Japão registrou fortes terremotos e o Chile viu uma série de incêndios florestais.
Combinados, os eventos climáticos e os desastres naturais geraram um perda econômica global em US$ 45 bilhões — equivalente a cerca de R$ 236,16 bilhões, pelo câmbio atual — no primeiro trimestre de 2024, segundo dados do relatório da gestora de riscos Aon.
O número pode surpreender à primeira vista, mas surpreendentemente este valor já se tornou (muito) maior.
No mesmo período do ano passado, o montante atingiu a marca de US$ 149 bilhões (R$ 781,94 bilhões) — quase o dobro do verificado no primeiro trimestre deste ano.
Se compararmos com os três primeiros meses do século XXI como um todo, o número atual também é 23,7% menor em relação à média de US$ 59 bilhões do período.
Mas das perdas verificadas nos primeiros três meses de 2024, aproximadamente 64% estavam fora da cobertura de seguroDe acordo com o relatório.
Isto é, apenas US$ 17 bilhões as perdas foram seguradas — e, em grande parte, devido ao aumento da cobertura de seguro contra tempestades severas, especialmente nos Estados Unidos, após eventos climáticos na Ásia.
E falando em Ásia-Pacíficoa região foi responsável pela maior parte das perdas económicas globais, com uma estimativa preliminar de 20 mil milhões de dólares, segundo o relatório.
O valor foi impulsionado terremoto na península de Noto, no Japão, que liderou os incidentes climáticos com as maiores perdas. Os tremores ocorreram em 1º de janeiro e resultaram em perdas estimadas pelo governo em US$ 17,6 bilhões.
Além do terremoto, o incêndios florestais no Chile, em Fevereiro, causou perdas económicas estimadas em cerca de mil milhões de dólares.
Para o resto deste ano, a temporada de furacões no Atlântico Norte deverá ser “extremamente ativa”, segundo a Aon, com um elevado número de furacões devido a anomalias nas temperaturas dos oceanos e ao desenvolvimento do fenómeno climático La Niña.
Previsto para ocorrer no segundo semestre de 2024, esse fenômeno normalmente tende a reduzir as temperaturas globais, causando condições mais úmidas em algumas regiões e mais secas em algumas partes da América do Sul.
Além disso, o fenómeno também tende a contribuir para uma temporada de furacões mais violenta no Atlântico.
“Isto tem implicações diretas para a segurança das comunidades costeiras e da indústria de seguros”, disse Aon.
Enquanto isso em Brasilalgumas regiões enfrentam no primeiro trimestre uma das piores secas dos últimos anos, agravada pelos efeitos da El Nino — que elevou as temperaturas no país.
A situação climática resultou em perdas económicas estimadas em US$ 1,3 bilhão entre janeiro e março de 2024.
A seca teve um impacto severo na agricultura e no abastecimento de água em todo o país durante o período.
Além da seca, entre fevereiro e março, o Brasil também sofreu fortes chuvas, inundações e deslizamentos de terra.
Com as enchentes em São Paulo, as perdas econômicas chegaram a US$ 120 milhões. Enquanto isso, em Minas Gerais, o prejuízo totalizou US$ 25 milhões.
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