Mesmo com a recente queda minério de ferro na China, o Santander renovou as expectativas sobre o setor e destacou mineração Isso é indústria siderúrgica.
O banco mantém a preferência pelo minério de ferro em detrimento do aço e elevou o preço médio estimado por tonelada da commodity de US$ 105 para US$ 120 até o final do ano.
Por outro lado, o Santander espera que 2024 seja um ano de altas importações de aço da China para o Brasil.
“Embora haja risco de aumento no consumo aparente de aço no Brasil, observamos que os produtos importados continuam ganhando mercado”, escreve o analista Yuri Pereira, que assina o relatório do Santander.
Um dos motivos é o aumento das tarifas de importação de aço de, em média, 11% para 25%.
Além disso, os preços do aço deverão ser mais baixos este ano, o que faz com que o Santander prefira as siderúrgicas mais expostas aos Estados Unidos e ao México. contra Brasil.
“Nossa preferência é baseada nas expectativas de preço do minério de ferro sólido baseadas na forte produção de aço chinesa — com crescimento de 2% em 2024 — o que é pessimista para os preços globais do aço”, diz Pereira.
Setor de mineração: Vale (VALE3) continua líder
A empresa preferida não mudou. Vale (VALUE3) segue como escolha principal da mineração, com preço-alvo de US$ 18 para as ações negociadas em Nova York, os chamados recibos de ações (ADRs) — o que representa um potencial de valorização de quase 58% em relação ao último fechamento
A expectativa de preços mais elevados do minério por “mais tempo” é um fator que contribui para que a Vale permaneça como a preferida do setor — devido ao aumento dos custos marginais em cerca de US$ 100 por tonelada, na visão do Santander.
Na visão mais otimista do banco, o minério de ferro deve encerrar o ano em torno de US$ 130 por tonelada, sendo US$ 120 por tonelada o preço médio.
Além disso, os dividendos estão na mesa. Considerando a atual política de distribuição de dividendos, o Santander estima um rendimento de dividendos de 8%, o que corresponde a 4,1 mil milhões de dólares — além da distribuição potencial de 500 milhões de dólares em dividendos extraordinários, o que representa um rendimento de quase 1%.
VALE3 também é atrativo. O Santander afirma que a Vale está sendo negociada a 3,5x o valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda), 30% abaixo da média de seus pares. Por fim, o banco projeta que a expansão da dívida líquida – incluindo os compromissos de Brumadinho e Samarco – ficará em torno do ponto médio da meta da Vale, entre US$ 10 bilhões e 20 bilhões.
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Outra mineradora no mix
A mineradora, porém, não é a única que brilha aos olhos do banco. Os preços do minério de ferro, os dividendos e a atratividade das ações na relação EV/Ebitda também favorecem o CSN Mineração (CMIN3).
“Assumindo um preço médio do minério de ferro de US$ 120 por tonelada em 2024 e um payout de 80% do lucro líquido, estimamos um rendimento de dividendos de R$ 2,7 bilhões (yield de 10%) — considerando o dividendo anunciado no primeiro trimestre resultados, de R$ 1 bilhão”, diz o analista Yuri Pereira.
Diante dos números, o Santander elevou a recomendação da CMIN3 de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 7,50 por ação — o que representa uma valorização potencial de 60,5% em relação ao fechamento da última quarta-feira (5).
A avaliação positiva impulsionou hoje as ações da CSN Mineração na B3. Por volta das 16h (horário de Brasília), as ações registravam alta de 4,71%, a R$ 4,89. Acompanhe a cobertura do mercado.
Para o banco, a empresa está negociando a 3,7x EV/Ebitda — 8% abaixo da média histórica.
Outro destaque
Embora a preferência do Santander seja por empresas ligadas ao minério de ferro, o banco ainda vê o brilhantismo de algumas empresas do setor de alumínio.
Na análise setorial, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3) teve recomendação alta de neutro para compra e o preço-alvo subiu de R$ 5,50 para R$ 10 – o que representa uma valorização potencial de pouco mais de 47% em relação ao fechamento da última quarta-feira (5).
“Somos construtivos no mercado de alumínio, pois esperamos que os preços das commodities (LME) permaneçam ‘mais altos por mais tempo’”, diz o relatório.
Nas contas do Santander, os preços da LME devem chegar a US$ 2,6 mil a tonelada no final deste ano, na visão mais otimista. O preço médio é de US$ 2.500 por tonelada.
“Com esses volumes mais fortes, melhores preços realizados e margens de diluição de custos fixos, esperamos que o EBITDA ajustado atinja R$ 1,4 bilhão, 18% acima do consenso, em 2024”, escreve o analista Yuri Pereira.
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