O fim do mandato de Roberto Campos Neto como presidente de Banco Central está cada vez mais perto — e, com o passar dos dias, a ansiedade de parte do mercado financeiro fica cada vez mais latente. No entanto, para o CEO de Bradesco (BBDC4), Marcelo Noronhaa transição no BC não é motivo de preocupação.
“Não vou perder o sono com isso”, disse o executivo, em conversa com jornalistas durante o evento Febraban Tech 2024.
Na avaliação do presidente do banco, o Brasil deverá vivenciar um processo de transição “equilibrado” na instituição. “Confio que tanto o Banco Central como o Ministro das Finanças procurarão fazer a melhor transição possível”, disse ele.
Vale lembrar que, desde 2021, a lei de autonomia do Banco Central garante mandatos fixos ao presidente e aos diretores do órgão por quatro anos, não coincidindo com o mandato do Presidente da República, com direito à recondução.
No caso de Roberto Campos Neto, esse prazo termina em dezembro de 2024 —e o economista já deixou claro que não tem intenção de prolongar a permanência na presidência do Banco Central até 2028.
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Além da sucessão de Campos Neto
Além da sucessão de Roberto Campos Neto no Banco Central, Noronha também comentou as perspectivas para o rumo dos juros no país.
Atualmente, o Bradesco trabalha com taxa terminal entre 10,25% e 10,50% ao ano — em linha com estimativas de mercado, que prevêem que a Selic encerrará o ano em 10,50%, segundo última edição do Boletim Focus do BC.
Questionado sobre a possibilidade de o Copom aumentar os juros no curto prazo, o presidente afirmou que “hoje não trabalha com essa perspectiva”.
“Acho que vai depender das variáveis para eles tomarem esse tipo de decisão. Não parece que a vontade [do Copom], pelo que vimos no demonstrativo de manutenção tarifária. Na minha leitura, parecia que o BC disse que iria segurar a taxa tecnicamente e tentar prolongar um pouco mais para ver o comportamento”, disse.
Vale lembrar que, na semana passada, em decisão unânime, o Copom interrompeu os cortes da Selic e manteve a taxa básica de juros em 10,50% ao ano.
Para Noronha, é preciso acompanhar o comportamento da inflação e dos juros nos Estados Unidos para entender os próximos movimentos do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) — que deve ter influência direta no futuro da política monetária brasileira. política.
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E o inspetor?
Outro grande temor do mercado em relação à economia brasileira hoje é o cenário fiscal do Brasil.
As discussões sobre os gastos governamentais têm se tornado cada vez mais presentes entre figuras do setor financeiro do país, principalmente em meio às expectativas em relação ao Orçamento para 2025, que deve ser divulgado em agosto deste ano.
Mas para o presidente do Bradesco (BBDC4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddade o ministro do Planejamento, Simone Tebetestão “empenhados em trabalhar intensamente pelo equilíbrio”.
“Acreditamos que o Tesouro irá articular e gerir eficazmente, em conjunto com o Ministério do Planeamento, para criar o orçamento adequado”, disse Noronha.
“O relator da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] sinalizou que poderia trabalhar na dissociação das receitas das despesas, o que é importante para dar maior flexibilidade ao Orçamento do próximo ano”, acrescentou.
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