As eleições municipais estão chegando e os eleitores escolherão prefeitos e vereadores em mais de 5.500 municípios em todo o país. A primeira rodada acontece no dia 6 de outubro e, no caso de nova rodada, ocorrerá no dia 27 desse mesmo mês.
Apesar de afetar o dia a dia da população, muitos desconhecem o papel do prefeito e dos vereadores.
Em suma, o prefeito é o administrador da cidade, que executa as leis e representa o município como um todo, enquanto os vereadores são os legisladoresque criam e fiscalizam essas leis e representam os interesses da população.
A maioria dos leitores aqui em O teu dinheiro vem do Sudeste — e boa parte deles está aqui na cidade de São Paulo. Essa preferência regional não é por acaso: o município também abriga a Bolsa de Valores Brasileira, a B3.
Mas as eleições para presidentes de câmara e vereadores não têm o mesmo potencial de afectar o mercado de acções como teve a eleição presidencial, por exemplo. Pelo menos não tive esse potencial.
Só para dar um exemplo: durante o processo de privatização da Sabesp (SBSP3), ficou claro que a cidade teria um papel decisivo que poderia desencadear ou impedir a privatização, já que o município corresponde a algo entre 45% e 50% da receita total da a companhia de água.
“Se o [deputado Guilherme] Se Boulos vencer, podemos esperar um movimento contra a privatização da Sabesp, por exemplo”, explica Pierre Oberson, professor da FGV-EAESP (EAESP – Escola de Administração de Empresas de São Paulo).
Ele explica que este é um exemplo muito específico e que nem todas as cidades viverão sempre algo da mesma magnitude.
Porém, a privatização dos serviços não é o único ponto que os investidores devem ficar de olho nas eleições municipais. Não são apenas uma antevisão do que poderá acontecer em 2026 — são também uma peça fundamental para que o atual governo alcance os seus objetivos.
Isso porque as cidades são peça fundamental para que o governo alcance a meta de déficit zero em 2025 —e é interessante para a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que os prefeitos eleitos estejam alinhados com esse objetivo.
Isenção de folha de pagamento e eleições municipais
Para Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, e Erich Decat, chefe de análise política da mesma casa de análise, o ponto mais importante das eleições de 2024 seria a judicialização da desoneração da folha de pagamento.
Recapitulando, a desoneração da folha de pagamento foi uma medida iniciada em 2012 em que as empresas beneficiadas poderiam substituir o pagamento de 20% de imposto sobre a folha de pagamento por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.
Porém, o governo federal editou uma medida provisória (MP) no final do ano passado, que extinguiu progressivamente os benefícios da isenção. O caso virou campo de batalha com legisladores que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O Congresso pretende manter a isenção porque esses são os 17 setores da economia que mais empregam no país —por outro lado, também poderá afetar a arrecadação em R$ 12 bilhões até 2027, segundo novos cálculos do governo.
Assim, esse debate atinge diretamente as cidades, que defendem a volta da arrecadação de impostos para evitar ainda mais problemas fiscais —especialmente no que diz respeito às despesas previdenciárias.
E os municípios nisso tudo?
“Na nossa opinião, como já indicamos em notas anteriores, a base técnica é bastante forte”, escrevem os analistas da Warren.
Ou seja, a decisão do governo de suspender a isenção para aumentar a arrecadação seria a tese com maior probabilidade de ser aceita pelo Supremo.
Quem se junta ao coro dos que defendem o aumento progressivo da arrecadação é o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.
Ele participou de audiência na última segunda-feira (13) sobre a isenção e citou a situação crítica das administrações regionais, que já possuem excesso de obrigações que comprometem as finanças municipais.
“Propomos a questão da desoneração fiscal para que os Municípios paguem a taxa de 10% no próximo ano e esta suba para 12% e 14% nos outros anos. Queremos também prorrogar a Reforma da Previdência. Nosso pedido é que seja colocado em votação”, solicitou Ziulkoski ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Há também uma questão adicional: a lei de responsabilidade fiscal, que proíbe a aprovação de leis que tenham impacto fiscal sem a devida compensação.
Prévia de 2026
Como referido anteriormente, as eleições autárquicas são também uma espécie de “aquecimento” para as eleições presidenciais, que decorrem dentro de dois anos.
Oberson, da FGV, também destaca que é interessante para o governo federal ter prefeitos alinhados ao seu campo político.
“Em geral, os prefeitos têm uma influência importante nos deputados estaduais que vão votar as matérias na Câmara”, comenta. “Prefeitos mais alinhados reforçam a posição atual do governo e evitam resistências às propostas em Brasília.”
Ele destaca, porém, que esse efeito é limitado, dado o cenário bastante dividido nas atuais eleições.
Um cenário muito discrepante, como uma vitória massiva de prefeitos a favor ou contra o governo, poderia, sim, ser um problema — mas não é o que está surgindo nas eleições municipais deste ano.
Outros pontos a ter atenção nas eleições autárquicas
Oberson esclarece uma questão que pode afetar o funcionamento de algumas empresas, como as do setor de transportes ou de tecnologia, por exemplo.
Existem alguns incentivos que o município pode adotar para atrair essas empresas, como isenções fiscais e transferências de terras. “É muito importante que a empresa olhe para candidatos mais pró-mercado depois das eleições e veja onde eles podem se encaixar”, comenta.
O professor da FGV lembra o exemplo dos patinetes elétricos em São Paulo. O que começou como uma ideia inovadora transformou-se num problema de mobilidade urbana. As scooters elétricas acabaram sendo proibidas em 2019.
Vale destacar também que as eleições para vereadores também devem ser um ponto de atenção.
Isso porque é muito comum votar em vereadores com agendas específicas e não necessariamente alinhadas com a prefeitura.
“Podemos ver o mesmo eleitor votando em Boulos para prefeito e para vereador alinhado a Bolsonaro por causa dessas questões”, diz.
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