Ó Presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou farpas neste sábado (15) contra taxa de juro e não poupou nem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)que promoveu um jantar para o chefe de Banco Central, Roberto Campos Neto.
Conhecido por condenar os altos níveis de SelicLula condenou os altos juros no Brasil e, ao falar de Campos Neto, disse que quem promoveu a festa à frente da instituição esta semana em São Paulo deve ganhar dinheiro com a Selic alta.
As críticas ocorreram em meio a reclamações do petista de que o foco da discussão na imprensa está centrado em revisão dos gastos do governo e nos planos fiscais elaborados pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Estamos cada vez mais num sistema financeiro que praticamente domina a imprensa brasileira”, disse Lula em entrevista coletiva na Itália.
Uma festa pelas altas taxas de juros?
Na noite da última segunda-feira (10), o governador de São Paulo promoveu um jantar em homenagem a Campos Neto. O evento, no Palácio dos Bandeirantes, contou com a presença de cerca de 70 pessoas, entre banqueiros, empresários e políticos.
Em entrevista antes do encontro, Tarcísio afirmou que apenas foram convidadas pessoas próximas a ele. “Decidi, vou fazer um jantar para meu amigo Roberto, com alguns amigos, pessoas próximas, que trabalharam conosco no governo”, disse.
Lula manifestou insatisfação com a comemoração. “Ninguém fala em taxa de juros num país com inflação de 4%. Pelo contrário, faça uma festa para o presidente do Banco Central em São Paulo”, disse ela. “Normalmente quem foi à festa devia estar ganhando dinheiro com a taxa de juros.”
Lula também fala sobre gastos do governo
Lula não falou apenas de juros e de Campos Neto. Durante a conferência de imprensa de hoje, o presidente assumiu o compromisso de rediscutir os gastos do governo em meio à incertezas sobre planos fiscais desenhado por Haddad.
Diante das críticas ao ministro, Lula disse que, enquanto for presidente, Haddad “nunca” ficará enfraquecido no cargo.
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O presidente disse que pediu ao Ministro da Casa Civil, Rui Costa, para que, na próxima semana, preparemos uma reunião do conselho orçamental para discutir o orçamento e gastos do governo.
“Acho que tudo que a gente detecta como gasto desnecessário você não precisa fazer”, comentou Lula, em entrevista coletiva neste sábado, 15, na Itália.
Lula afirmou, porém, que o governo não fará ajustes que afetem a população mais pobre. O discurso acontece em meio à possível alternativa do governo de limitar a correção dos pisos da Saúde e da Educação.
O presidente disse ter dito a Haddad que a questão da isenção tributária não é mais um problema do governo. “Quem critica o déficit fiscal e os gastos do governo são os mesmos que foram ao Senado aprovar a redução fiscal para 17 grupos empresariais. E tiveram que fazer uma indenização para cobrir o dinheiro da desoneração e não quiseram”, afirmou o petista.
“Eu disse ao Haddad: ‘Isso não é mais problema do governo, é problema deles. Agora, que os empresários se reúnam, discutam e apresentem uma proposta de compensação ao ministro das Finanças”, comentou.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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