Apesar dos esforços do Ministro da Fazenda, Fernando Haddada discussão sobre o risco fiscal Está longe de terminar – e é provável que piore nos próximos meses. A avaliação é Bruno Funchal, CEO de Ativo Bradesco.
“Estamos longe de resolver a questão fiscal”, disse ele, em entrevista exclusiva ao O teu dinheiro. “Para o mercado, o maior risco hoje é que haja algum tipo de acordo e o governo decida eliminar a regra fiscal. Mas não creio que esse seja o cenário mais provável.”
Responsável pela “chave do cofre” do governo federal entre 2020 e 2021, quando atuou como secretário do Tesouro NacionalFunchal prevê que a turbulência que envolve o sector fiscal se intensifique ao longo do segundo semestre.
O principal gatilho para a discussão, segundo o gestor, será o debate sobre o Orçamento para 2025. Vale lembrar que Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do próximo ano precisa ser enviado ao Congresso até o final de agosto.
Assim como o restante do mercado financeiro, a Bradesco Asset vê cortes de gastos públicos em 2025 como peça fundamental para que a economia brasileira continue avançando no médio prazo.
“Imposto é como cortar prego: é sempre preciso cortar despesas. É fácil reduzir impostos e aumentar gastos, o difícil é fazer o contrário. Mas não podemos lutar contra a realidade. A nossa dívida é elevada em comparação com os países emergentes. Nossa taxa de juros é alta e, por isso, pagamos um prêmio de risco elevado. Então temos que ter responsabilidade fiscal e manter as despesas e a dívida sob controle”, disse Funchal.
Na última quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou para UOL que o governo faça uma revisão das contas públicas “sem levar em conta o nervosismo do mercado” e defendeu a manutenção dos investimentos na Saúde e na Educação.
Questionado sobre quais cortes o governo deve fazer, Lula afirmou que ainda analisa se serão necessários.
“Estamos fazendo uma análise de onde há gastos excessivos, onde há gastos que não deveriam, onde há pessoas que não deveriam receber e que estão recebendo”.
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Entre impostos, gastos e Orçamento
Segundo o CEO da Bradesco Asset, antes de criar uma regra fiscal Assim como o teto de gastos, os gastos públicos eram irrestritos, o que facilitou as discussões sobre o Orçamento.
“Mas foi ruim, porque se eu quisesse aumentar o espaço para gastar bastava projetar uma renda maior, mesmo que fosse fictícia. Isto criou o problema que criou e matou a responsabilidade fiscal. O Orçamento continuou a ser uma ficção”, disse Funchal.
Mas se, por um lado, a regra fiscal trouxe maiores limitações aos gastos governamentais, por outro, as despesas obrigatórias continuam a aumentar, limitando o espaço para discussão de despesas discricionárias.
É por isso que o governo enfrenta actualmente um grande dilema: a rigidez orçamentária.
Pela nova regra fiscal, as despesas de um ano devem ser equivalentes a 70% do crescimento real (acima da inflação) das receitas do ano anterior.
Além disso, com o modelo atual, o governo tem a liberdade de decidir sobre uma pequena parcela das despesas estipuladas pelo Orçamento —é o que chamam de despesas discricionárias.
“Tudo acaba por se traduzir numa despesa obrigatória muito elevada”, afirmou. “Isso culmina na regra fiscal, porque gera uma disputa enorme sobre regras discricionárias. Esta luta por espaço no Orçamento é sempre bastante barulhenta”.
É importante lembrar que a maior parte dos gastos públicos hoje é impulsionada pelas regras automáticas de aumento dessas despesas obrigatórias — como os benefícios previdenciários e assistenciais, que estão vinculados ao salário mínimo, ou os gastos com saúde e educação, vinculados à tributação. coleção.
“Isso impõe uma restrição. Se as condições económicas ou populacionais mudam e outra despesa faz mais sentido, acabamos por ter uma despesa de menor qualidade”, destacou Funchal.
Para o gestor, a discussão sobre a qualidade e o rumo dos gastos é “fundamental” do ponto de vista fiscal, mas será difícil do lado político.
“Não é fácil, em termos de narrativa política, dar mais liberdade para aumentar os gastos num sector em detrimento de outros. É um debate complexo, mas é claramente ineficiente ter tudo carimbado como está hoje”, afirmou o CEO.
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Será este o fim da regra fiscal? CEO da Bradesco Asset revela projeções
Na visão de Bruno Funchal, Haddad e o Ministro do Planejamento, Simone Tebetterá o desafio de explicar ao governo que acabar com a atual regra fiscal seria uma “péssima decisão para o Brasil”.
“Essa alternativa é cara, porque você perde credibilidade e desestimula as expectativas em relação aos gastos e ao tamanho da dívida”, disse o executivo.
“Se você tiver uma regra que traga previsibilidade e ela não se tornar mais válida para acomodar quaisquer gastos adicionais, isso afetará as taxas de juros, e sabemos que taxas mais altas desaceleram a economia, o investimento e a criação de empregos”, acrescentou.
No entanto, mesmo que os ministros consigam manter as normas em vigor, o quadro corre o risco de sofrer alterações relevantes, avalia Funchal.
“Mesmo que continue, você terá tentativas de gastar mais — e para isso seria necessário mudar a regra ou fazer algo com a regra. Esta é uma fonte de grande incerteza para o segundo semestre do ano.”
A expectativa da Bradesco Asset é que a regra fiscal permaneça em vigor, mas que Haddad não consiga entregar o prometido déficit primário zero em 2024. Na verdade, o gestor prevê um déficit de aproximadamente R$ 80 bilhões para este ano.
“Mantida a regra fiscal, para o próximo ano o governo terá que fazer um ajuste de gastos bastante razoável, porque à medida que os gastos obrigatórios aumentam acima da inflação, isso acaba pressionando outras despesas discricionárias.”
Nas contas do gestor, os gastos discricionários devem ficar cerca de R$ 40 bilhões inferiores aos deste ano.
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